Esse é o pedaço de chão mais forte do mundo Morada da força, onde a vida se impõe pela coragem Juntamos belezas nas condições mais distintas Entre praias e pragas, mares e pesares Somos senhores de destinos inevitáveis Não nos queixamos do solo seco de nossos sertões Nem nos gloriamos das belezas dos nossos litorais As belezas dos mares e matas damos a todos Até mesmo a quem mais nos odeia E, do chão torrado pelo sol e pela dor Regamos com nosso suor, sangue e lágrimas E um mandacaru se ergue como símbolo da vida de um povo que No final, sempre vence Nunca mais, nunca mais o despotismo Regerá, regerá nossas ações Pois com tiranos não combinam Nordestinos corações Pois tal como nosso chão, assim é o coração de nosso povo Somos a vida teimosa que resiste à morte O peito estufado que se nega a desistir A rebeldia contra toda prisão do espírito O riso debochado que nos eleva acima de qualquer desgraça O nordeste é a alegria que independe das circunstâncias Da orla ao sertão, um único e ritmado coração É o chão que sempre resistiu à toda tirania O mandacaru que se ergue como vida diante de toda morte "Ser nordeste é ser resistência, resistente Contrariamos, sempre, todas as expectativas Superamos, juntando choro e riso, tudo o que se opõe à vida Um pacto de sangue e solidariedade com a humanidade Mas também um zombeteiro debochado com quem ameaça nossa liberdade Ser nordeste é ser a vida que sempre ri no final"