Aos 8 Mil Exterminados (Araguaia)
Composição: Boo Sullivan.Nos campos de terra vermelha, onde o sangue jorrou
Em nome da “modernização”, um povo foi exterminado
A faca do progresso cortou mais fundo que a dor
Com promessas de riquezas, mas à custa de um povo aniquilado
Os milicos sorrindo, enquanto os corpos caíam
A terra se calava, o povo sucumbia
Nos gritos abafados, o horror ressoava
Mas ninguém os ouviu, ninguém os socorria
Aos 8 mil exterminados, quem vai chorar por vocês?
Em suas terras de fogo, só resta cinzas e dor
aos milicos e as histórias que ninguém vê
Os mortos de ontem ainda gritam por um novo amanhecer
A estrada de morte que atravessou a aldeia
Garimpeiros e facções, como uma epidemia
A saúde virou arma, a fome era constante
E os filhos da terra pagaram o preço do pacto arrogante
Os militares em suas salas, falando de “integração”
Enquanto as crianças morriam, sem entender a invasão
Terras roubadas, povos esquecidos
A história não conta os povos vencidos
Aos 8 mil exterminados, quem vai chorar por vocês?
Em suas terras de fogo, só resta cinzas e dor
aos milicos e as histórias que ninguém vê
Os mortos de ontem ainda gritam por um novo amanhecer
Agora, nos confins do país, ninguém lembra dos seus nomes
Só lembram das estradas, das obras, das falsas promessas
Mas o eco dos seus gritos não se cala, não se apaga
Eles resistiram, mas o sistema os engoliu, com a boca cheia de mentiras
Aos 8 mil exterminados, quem vai chorar por vocês?
Em suas terras de fogo, só resta cinzas e dor
aos milicos e as histórias que ninguém vê
Os mortos de ontem ainda gritam por um novo amanhecer
A terra os chama, o povo não esquece
As cicatrizes ficaram, mas a luta permanece
Aos 8 mil exterminados, a memória será nossa arma
Nunca mais, nunca mais, seremos silêncio na chama.