Hoje eu acordei com sede de protesto. Quero esse lugar bem mais puro e honesto. Nascer um novo mundo onde todos estão despertos. Cheios de disposição para escalarem os prédios. Dai que me deparei com um total deserto. De verdades absolutas regidas por um maestro. E a orquestra, toca a vida seguindo seus gestos. Sufocando as próprias notas, sem esboçar manifesto. Guiados por rodas, não andam mais com as pernas. Aceitando as normas, simpatizados por elas. Pensando estar fora, mas ainda nem na janela. Iludidos com a luta do mundo e esquecendo a interna. Julgamos os corruptos e somos pentes em uma empresa. Falamos de preconceitos e somos a raça humana. Queremos a justiça, mesmo que ela seja injusta. Fazemos maldades para acobertar as próprias culpas. Refrão 2× Pego a talhadeira e a marreta... Esse muro tá tão alto que não basta só erguer a cabeça. Vou quebrando tudo, peca por peca. Valores, verdades, bandeiras, mitos e crenças. Se não faz parte da solução, então faz parte do problema. A regra e clara meus caros, não estou de brincadeira. Há uma guerra invisível nos bastidores da cena. Talvez o motivo principal de todo o esquema. Quem somos? Onde estamos? E o que fazer aqui? Questões importantes, que são proibidas refletir. As sentinelas de plantão sempre vão intervir. Adequando a equação, te programando pra servir. Anos atrás estávamos em volta de fogueiras. Cantando, dançando em rituais da lua cheia. Aprendendo com os pássaros, conversando com figueiras. Usando as plantas, derrubando as fronteiras. Apagaram as fogueiras, proibiram as plantas. Estupraram as virgens, mataram crianças. Deturparam a cultura, parte da nossa herança. E hoje estão no topo isolado da liderança. Refrão 2× Pego a talhadeira e a marreta... Esse muro tá tão alto que não basta só erguer a cabeça. Vou quebrando tudo, peca por peca. Valores, verdades, bandeiras, mitos e crenças.