BRASIL OU EUA? Emerson Grisa A conversa que eu tive ela maltratou meu coração, lacrimejou os olhos do peão, as lagrimas molharam a viola; Meu coração dividido, entre o Brasil e os Estados Unidos, entre ficar ou ir embora; De um lado meu sonho de menino, gritando vem cumprir seu destino, segue o seu caminho; De outro o meu grande amor, linda feito uma flor, e o medo de partir sozinho; Tem decisão cowboy, que machuca, fere e dói, mais do que o tombo de um lombo bravio; Então embarquei naquele avião, larguei aqui meu coração, deixei para trás o Brasil; E na terra do estrangeiro, eu traquejado violeiro, me sentia perdido; Coração não se aquietava, do peito quase saltava, ainda estava dividido; Mas o tempo foi passando, aos poucos fui me acostumando, como tudo na vida; E no braço da viola, eu dava o jeito que consola, e ameniza a dor doida; Parti para ganhar o mundo, decisão de um segundo, que não me fez perceber; Que lá no fundo, todo esse mundo, esse mundo todo, não vale você; Eu estou longe demais, milhas e milhas a mais, do que deveria ; Sou violeiro desgarrado, da minha pátria afastado, longe demais da família; Sempre tive a fé como alicerce, e com muito trabalho e prece, superei os desafios. Mas na terra do Tio Sam de tantos heróis, eu era só mais um cowboy, com saudades do Brasil. Eu queria estar nos seus braços, e no calor do seu abraço, ver o dia clarear, Poder sentir o teu cheiro, viajar no teu mundo inteiro, a noite toda te amar, Essa saudade esta bruta, e bem mais forte que a disputa, entre touro e peão; Vou perder esse duelo, a saudade é mão de ferro, dentro do meu coração; Ainda me lembro dela, debruçada na janela, chorando na despedida; Sentindo ódio e amor, feito o espinho e flor, igual à morte e a vida; Vou voltar àquela janela; gritar e chamar por ela, e fazer a moda antiga; Pontear a viola em serenata, matar a saudade que mata, reconquistar a mulher da minha vida;