POLTRONA 26 - EMERSON GRISA E ALMIR PESSOA
Composição: EMERSON GRISA.POLTRONA 26
EMERSON GRISA
A história que eu vou contar, acredite é de arrepiar, do fio de cabelo a ponta do pé;
Foi no estado do Mato Grosso, eu ainda era bem moço, um rapaz de pouca fé;
Um ônibus interestadual, me lembro era véspera de natal, trafegava pela BR 163;
O carro estava lotado, mas não sei porque ao meu lado, estava vazia a poltrona 26;
Partimos ainda era dia companheiro, mas o relógio não para os ponteiros e a noite foi chegando;
O ônibus adentrou na escuridão e a frente de nós, somente os faróis, dos carros que vinham passando;
A paisagem pela vidraça, era fria e sem graça, de um noite sem luar;
Eu já estava quase pegando no sono, quando ouvi alguém me perguntado, se ali do meu lado poderia se sentar;
Era uma mulher com a semblante cheio de medo, que trazia em seus dedos, o sapatinho de um bebe;
O ano era 1996, a poltrona 26, eu jamais vou esquecer;
Ela sentou ali comigo, mas confesso meu amigo, não disse sequer uma palavra;
Mas eu podia ouvir o seu coração, batendo com aflição, naquela noite calada;
É mesmo de arrepiar, somente de lembrar, o que depois aconteceu;
Ela gritou motorista, pare agora o ônibus na pista, pelo amor do bom Deus;
Era tanto o desespero, que o motorista ligeiro, a condução estacionou;
Ela gritou vem comigo, meu filho corre perigo, no carro que capotou;
Para você eu não minto, já passava da meia noite era dia 25, madrugada de natal;
La embaixo na ribanceira caído, tinha um carro destruído, e um bebe passando muito mal;
Presa pelo cinto de segurança, aquela linda criança, Deus deixou sobreviver,
Pelo amor e coragem daquela mulher, que teve tanta fé, para não deixar seu filho morrer;
É mesmo de arrepiar, e só Deus mesmo para explicar, os mistérios de suas leis;
Pois embaixo daquela ferragem retorcida, estava lá sem vida, a mulher da poltrona 26....