Passei milhões de anos Projetando a serra Sem dia, sem descanso E sem nunca parar! Como uma frota de jegues Carreguei a terra Semente por semente, eu fiz germinar! E dei o peba, dei o tatu O beija-flor a juriti e dei Nambu Um doce mel de jataí Onça, Tiú, tudo de graça e com amor! E dei graúna, dei baraúna Asa branca e canário E dei a flor, criei cenário multicor Chaparipe! Tão queimando a tua roupa verde Destruindo a tua flora! Desnudando a tua pele natural Teu arsenal! Chaparipe! Teu chorar ao som do corte Aumenta o teu sofrer! Quando sopra o vento norte Um alerta triste, um grito forte! Chaparipe vem dizer! Que a tua cor e o teu fulgor Tua paisagem natural, o alvorecer Não serão nunca pedra e pau, Chaparipe! Que a tua cor e o teu fulgor Tua paisagem natural, o alvorecer Não serão nunca pedra e pau, Chaparipe! Chaparipe, iê, iê, ehê, Chaparipe!