Pot Pourri De Pagodes De Viola
Composição: Kadu Martins.Eu não caio do cavalo nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada e bebo pingo de orvalho
Chora viola
Caminheiro que lá vai indo, pro rumo da minha terra
Por favor faça parada, na casa branca da serra
Ali mora uma velhinha, chorando o filho seu
Essa velha é minha mãe, e o seu filho sou eu
Oi, caminheiro, leva esse recado meu
Cachorro latiu, vou aprevenir, ladrão de muié taí
Quem tiver muié bonita prepare as armas que tem
Cachorro latiu de noite, ladrão de muié laivém
Namorá muié casada é ser muito atrevido
Dá uma olhada nela e quatro, cinco no marido
Será que ele não tem medo da bala do trinta no pé do ouvido?
Muita moça me namora pensa que eu tenho dinheiro
Mas dinheiro eu não tenho eu sou um rapaz faceiro
Apesar de eu ser casado eu pulo o corgo, eu sou sorteiro
Quem me vê com mulher feia, pode crer que eu tô doente
Quem me vê de carro velho socorre que é acidente
Quem me vê comendo fruto eu já plantei a semente
Quem me vê contando história, quem conta a história não mente
Quem me vê de cara feia é que só tem cerveja quente
Numa rodada de truco o zap só sai comigo
Sete copa me dá tento na corrida do inimigo
Num jogo de futebol ninguém pode me marcar
Eu bato o escanteio e corro pra cabecear
E a galera grita gol vendo a rede balançar
Me transformo num menino quando me pega a paixão
Misturo meu sentimento com viola e canção
Quando quero um amor até me arrasto pelo chão
Não sou desobediente quando manda o coração
Na escola do desejo eu sou doutor, sou campeão
Mundo velho está perdido, já não endireita mais
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim, já estou vendo sinais
Metade da mocidade estão virando marginais
É um bando de serpente os mocinhos vão na frente
E as mocinhas vão atrás
Meu mestre é Deus das alturas o mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando, Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau, eu mato e não apedrejo
Dragão de sete cabeças também mato e não alejo
Estamos no fim do respeito mundo velho não tem jeito
A vaca já foi pro brejo