Pitoco
Composição: Neylor Moreira, Leandro Moreira.Falando como o poeta que fazia a escola da viola, violão e versos.
Nesta história de outros dias, na linguagem do povo deste chão:
Pra ouvir esta prosa direito não precisou abrir nem jornal
Foi aqui nesta terra que é roxa principiando os tempos de natal
Eu não vou falar de brincadeira, nem tão pouco estou falando mal.
Vou mostrar como a história se inverte e o bem ultrapassando mal
Numa noite fria e chuvosa pra seguir a ordem do patrão
De sumir com o cãozinho Pitoco que dormia na repartição
Este animal não tinha dono mais tinha muita estimação
Foi jogado em outra cidade, confirmando um “destino de cão”.
Veja só como a história se inverte não adianta por ponto final
Foi voltando pra cada de novo enfrente a chuva e o vendaval
Numa estrada muito perigosa sem acostamento e demarcação
N´outro dia de manhã bem cedo já estava na repartição
Quando o capataz viu o cachaço quase achou que era uma assombração
Foi saindo de cabeça baixa reportar a notícia “pro” patrão
Nessa hora o povo já sabia, quebrou-se o silencia e a descrição.
E quem estimava o cãozinho foi atrás de uma explicação
_“Se achavam que não tinha dono lhe faltavam a base da verdade
Esse bicho foi dado por Deus e é presente na comunidade”
Se o nervo estava a flor da pele não faltaram gestos e nem a discussão
A confiança ali caiu por terra, tinham que tomar a decisão.
Vejam só como a história se escreve: é o bem ultrapassando o mal
O cãozinho que não tinha casa faturou um presente de natal
Hoje dorme em cama tranquila com amor e com dedicação
E aqueles que tem malvadeza, entenderam o destino de cão.