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Mano Dias

Mano Dias

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Cada Vez Mais Xucro

Composição: Mano Dias.
Eu só torito que me criei na invernada Berrando forte a minha goela é um aço Mas até hoje nunca frouxei o garrão Para me surrar é só que me arranque os pedaços Se por acaso o mau tempo me cair Eu não dou bola só que minha adaga derreta Se eu cair na estrada sai rolando Ladeira abaixo que nem pedra na sarjeta Sou nego mau depois de eu virar meus caco Ninguém me dobra nem passo a mão no meu pelo Porque eu me arrasto e já saio Atirando a bunda Sou cru dos queixo e não obedeço Sinuelo Sou Índio chucro criado lá no Grotão Eu não dou volta e também não cabresteiro Torito macho acostumado a escavar a terra Já larguei mocho a pau em cabo de relho Gosto do bicho que saía me atropelando Porque no corpo e na adaga eu tenho destreza Eu não sou desses que arrota o que não comeu Se eu arrotar eu vou no ferro com certeza Tem muita gente que só faz a pantomina Só dá coragem quando estão dentro de um litro Ficam valente mas só brigam na pandilha E eu não sou desses eu sempre andei solito Muito machito já tentiou me reponta Mas foi sem sorte porque na estrada empaquei E todo aqueles que tentiaram me correr A minha marca no couro deles deixei Porque corre é uma coisa que eu não posso Eu me obrigo a apelar igual tamanduá Sento no chão e atirou o corpo para trás E o ferro branco cuido para não me pegar

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