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Mano Dias

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Égua Venenosa

Composição: Mano Dias.
Comprei uma égua de raça veiaca Que o nome dela eu botei venenosa Todas carreira que eu comi com a potra Graças a Deus que foi vitoriosa Eu comecei ela de sobre ano Era uma égua disposta e pachola Muito matungo que tava famoso Com a venenosa eu rapei a cola Pra matunguinho do rabo pelado Com a venenosa eu ganhei a trote Eu comprei ela do amigo Renato E a mãe dela era do Valter Lopes O compositor o compadre Joaquim E o meu jóquei o compadre Graciano Essa minha égua talvez não exista Só que eu vendi já faz vinte anos Daquela época eu lembro bem Que o meu jóquei era bem pequeno E quantas vez ele correu da caixa A venenosa com tal de sereno Era cavalo valente no tiro Deu muito certo na cancha do Bochi E a venenosa ganhava na raça E o meu piloto era um bom jóquei Quando eu tava domando essa potra Eu vou conta e vocês imaginam Saiu comigo um alvino calito Que trabalhava com tal de Olavino Já era casado e eu era solteiro Mas eu andava em busca da cambicho Botou os arrelho no seu pangaré Larguemo na estrada e se fomo ao bolicho Quando nós ia descendo o lançante Já vi que na porta me espiava uma prenda E essa colorada só deu uma olhada E desceu berrando em direção a tenda Meu companheiro encostou o pangaré Já tava chegando num eucalitral E eu bolei a perna e me fincou as pata E dele escapou e foi pro banhadal Entrou correndo e se sumiu no barro E os meus apero virou uma narquia E o seu Tetê até hoje ainda conta Que até os estrivo essa égua mordia Tiremo do barro e trouxemo essa égua E num eucalipto atemo na frente E ela de braba mordia a madeira Tremia de raiva e rangia os dente

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