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Nietsche
Banda fundada em 2006, na cidade do Gama/DF, pelo vocalista e guitarrista Rogerio (Grego) e pelo guitarrista solo Pedro (Coiote). Com influências que vão do punk ao blues, passando pelo grunge e hard rock, o Nietsche vem defender a tradição de grandes bandas candangas no contexto do rock nacional. Liderado pelo vocalista Grego (músico, cantor, compositor e escritor), “um poeta, por condição e desassossego”, como ele mesmo se define, o quarteto lança em breve o primeiro álbum, chamado “Dinheiro é tudo”, que conta com 18 faixas (!) inéditas, todas de autoria própria. As canções são compostas em bom português, e revelam as variadas influências musicais da banda. Contudo, apesar da eclética formação musical, ao primeiro contato com o som do grupo brasiliense, fica clara a atitude rock n’ roll comum em todas as músicas que compõe o disco.
“Preocupamos apenas em escrever canções que sejam honestas naquilo que defendem”, diz Grego, que assina todas as músicas do cd de estréia, “compomos canções que traduzem o que sentimos e pensamos, apenas isso”, completa. Para o vocalista, pouco importa a rotulação imposta pela crítica, uma banda é aquilo que se propõe a ser, independente de como os outros venham a defini-la. “Somos essencialmente uma banda de rock, pura e simplesmente uma banda de rock”, diz Grego, “do que rotularão a nossa estética e musicalidade não importa, somos apenas quatro roqueiros fazendo aquilo que naturalmente nos diverte, que é tocar rock n’ roll”, acrescenta.
Coiote entende que o Nietsche preenche, de certa forma, uma lacuna deixada pelas tragédias que impuseram o fim às mais representativas insurgências musicais brasileiras das últimas décadas. “As perdas do Cazuza, depois do Renato Russo, Chico Science, e ainda a Cássia Eller, foram duros golpes contra o movimento do rock nacional”, afirma o guitarrista solo e autor de 7 canções do disco em parceria com Grego, “acredito que falte alguma banda que erga a bandeira da letra em português, da reflexão crítica, de um som que seja rock n’ roll sem deixar de ser brasileiro, falta quem cante a poesia”. Na visão de Coiote, o Planalto Central não pode perder a tradição de ser um fértil celeiro de roqueiros. “Outros centros têm produzido rock pensante no Brasil”, afirma o guitarrista, apontando os cenários alternativos de Salvador, Recife, Porto Alegre e São Paulo, “Brasília tem perdido a cara de senhora do rock que as bandas da década de 80 lhe deram”, complementa, aludindo a grupos como Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso.
Para o baixista Pezão, apesar da multifacetada riqueza da cultura musical brasileira, bandas que marquem pelo pensamento inquieto e que mantenham a doçura poética são escassas. “Acho que a Crise consegue dosar crítica, nas músicas de protesto e reflexão, com romantismo, quando fala de amor”, afirma Pezão, “acho que o nosso som consegue ser leve sem perder a atitude, e pesado sem perder a poesia”, completa. “Às vezes, somos filosofia viva, sem deixar de sermos poéticos também”, define o baixista.
Dudu, que comanda as baquetas, diz que o som da banda agrada a qualquer um que goste de rock, independente das preferências de estilo. Para o baterista, o repertório da banda faz uma miscigenação de influências, deixando transparecer as muitas precedências musicais, sem perder, em momento algum, a pegada tão característica de uma legítima banda de rock. “Cada um de nós introduz suas influências no som do Nietsche”, afirma o baterista, “com isso, acho que nos tornamos musicalmente mais ricos”, completa.
Ao que parece, o Nietsche veio para ficar. O quarteto brasiliense tem uma proposta musical definida, inspirando autenticidade naquilo a que se propõe. Continuadora de uma rica tradição de bandas de rock lideradas por vocalistas poetas e pensadores, o Nietsche faz um som intenso e honesto. Com o primeiro álbum prestes a ser lançado, está chegando a hora de o Brasil conhecer mais um produto da cultura roqueira de Brasília. É só aguardar e conferir o som autêntico de Grego, Coiote, Pezão e Dudu. Que a novidade chegue logo, pois todos esperam ansiosamente.
Força sempre!
Salve o rock n’ roll!
Viva o Nietsche!