O pobre sertanejo vivia lá no sertão Tinha um a vaca de leite, um cavalo e um leitão Uma galinha de pinto, um cachorro e um violão Vivia sempre cantando pra espantar a solidão A vaca era bem mansinha e pariu dois bezerrinhos Sertanejo caprichoso criou os dois com carinho Tirava o leite da vaca, eles mamavam o restinho E, pouco tempo depois, já se viravam sozinho Estes bezerros cresceram e logo ficaram tourinho' E foram acolherados pra andar sempre juntinhos Amansaram eles de canga e botaram trabalhar Puxando carreta de carga e madeira pra serrar Trabalharam a vida inteira sem frouxar nunca o garrão A fama dos bois carreiros era a maior do sertão Depois que ficaram velhos, na hora de descansar O açougueiro falou, eu compro estes bois para carnear O sertanejo pensou, disse são de estimação Ajudaram criar meu filho, tenho consideração Eles vão morrer de velho ao redor deste galpão Não vendo estes meus bois nem que me pague um milhão O filho escutou a conversa e começou a pensar Estes bois valem dinheiro e eu preciso gastar O sertanejo adoeceu, precisou ir se tratar Quando voltou pro seu rancho era tarde pra salvar Ao sair, o sertanejo recomendou ao rapaz Tome conta do meu rancho agora é o capataz O filho pegou os bois, foi botando na regeira Levou para o matador e colocou na mangueira Sentindo o cheiro de sangue e a morte se aproximar Os bois manso' enfureceram e começaram a berrar Lutando com todas forças, tentando se escapar O rapaz pegou o dinheiro e foi pra farra gastar