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Ory Souza, Selvagem por Excelência
EstiloSertanejo
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Queimador de campo

Composição: Ory Souza.
Me criei em cima da serra, queimando campo à vontade A evolução mudou tudo e restou apenas saudade Limpava o campo com fósforo pro pasto da criação Para fazer isso hoje está custando um dinheirão No fim de agosto a macega seca estava queimada No início da primavera a pastagem estava brotada As coxilhas verdejante' e o gado todo pastando E no final de dezembro os açougueiros carneando Os queijo' para amansar os terneiros no verão Vendido em beira de estrada pra alimentar o povão Renda do queijo ajudava criar e educar os filho' Nada disso existe mais e todos andando nos trilhos A lei determina, o campo não pode ser mais queimado Pagando projeto e taxa tudo fica liberado A questão ambiental deixou de ser prioridade Caindo com o dinheiro pode queimar à vontade Os projetos são criados em gabinete fechado Os fiscais an'de gravata e só no ar condicionado Ganhando altos salários longe de campo e galpão E os entendido' dizendo que isso é evolução Os campo' em cima da serra não dá mais pra comparar Lavoura e plantio de pinus tomou conta do lugar Em menos de vinte anos não tem campo pra queimar E os ambientalistas não vão mais fiscalizar O homem rural fugindo com medo da repressão Vendendo suas propriedades pra evitar confusão Indo embora pra cidade pra aprender outra profissão Descobre que não é fácil, entram logo em depressão Muitas famílias vivendo de auxílio, de reclusão As filhas se prostituindo e os filhos virando ladrão Projeto, impostos e taxas e multas e repressão Acabou a paz no campo e a cidade tem confusão

2.030

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