Rolando na correnteza
Composição: Ory Souza.Sempre no mês de setembro começa a chuvarada
A vacada dando cria, terneirada encarangada
Um dia de muita chuva eu andava campereando
Vaca do leite de cria e o terneiro não mamando
O terneiro coloquei na cabeça do arreio
E largamos campo afora, cavalo mascando freio
Quando chegamo' no rio apertei o barbicacho
Dinamite entrou mal, rolamos correnteza abaixo
Sem tempo para pensar fui desabotoando a capa
Rolando na correnteza, se despedindo do mapa
O Tigre, velho parceiro, nadava no meu costado
Grudado na minha bota puxando pro outro lado
Peleando na correnteza sem saber o que fazer
Se eu largasse o terneiro com certeza ia morrer
Todos parceiro' lutando, não podia abandonar
A vaca, mãe do terneiro, também começou a berrar
Sentindo não estar só também comecei lutar
Joguei a capa na água pra melhor desempenhar
Sentindo o desenrolado o Dinamite reagiu
Nadando com muita força para a barranca do rio
Passamos pro outro lado sem perder nem um parceiro
A vaca agradecia lambendo o próprio terneiro
E fomos todos pro rancho com o pelo todo molhado
Esta é mais uma história na vida de um índio alçado