A²
Composição: Samuel Martinez Ribeiro.A sobre dois
Me lembra de nós dois,
Para cada batida,
Uma inimiga,
Intrínseca,
Fará perecer
Toda nossa venta.
Manhã de manhã,
Quero te encontrar,
Me encontrar.
Nas passarelas,
Me palmita,
Estou flertando.
Cheiro de pólvora,
Misturado com abóbora,
Semeado no veleiro,
Onde nasceu
O filho de Deus,
Projetado,
Sou eu.
Que irá
Te salvar da falha,
Da varanda, anta.
Ele e eu,
Se quer discordamos,
Passamos, cantando.
Singrando em alto-mar,
De dez metros,
Não pude navegar.
Pus minha bota
Para sua direção,
Como navegar?
O rio cor de ferro,
Tornou-se vermelho,
Dando o feromônio,
Um rosto.
Suas correntezas,
Queria eu,
Fez-te, Tornerò,
A espécie,
Corteza.
Falando mais rápido do alfa.
Tudo começou
Quando um pesquisador
Fez um abaixo-assinado
No Senado,
Pedindo o pedido
De seu injustiçado
Cliente.
Tornerò ralado nato,
Preso, faz tempo,
Calado, tá errado.
Pois, fora descoberto
Que não era culpado,
No Senado, foi tudo declarado.
Acharam um novo delatado.
Ninguém o conhecia,
Mas iriam para cima,
Encima, formoso cavalo,
Cachorro, papagaio.
Subiram para cima
As veias sanguíneas,
Onde o maparavilhoso
Dizia: "Chega lá!"
No meio do caminho,
Eles tinham razão,
O mapa os enganou,
Mas o intuito continuou.
Relúdio, ódio,
Dominaram-nos,
Passante, melante,
Estavam-nos,
Redundante,
Sentiram-se
Humilhados.
Concluíram:
Dali negam a si mesmos,
Vivendo dolorosamente.
Seriam seus destinos,
Já sentiam isso.
Até que veio
Um anjo, Oxalá,
Cinza eram suas asas.
Nos ruídos,
Era barulho,
No profundo,
Virou orgulho,
Vendo
Aquilo.
Maracatu, soneto,
Baião, jongueiro.
O céu transbordava,
Deixa passar seu limite.
A Iê vinha,
Simpatia,
Olha o aflito
Dos pequenos,
Homens despreparados,
Foram amenizados
Com chá Maria.
O aprendiz Hare
Vivia lá,
Convenceu-os
A tomar
Nada igual.
Tudo havia mudado.
Borboleta, senta,
Cachorro com antena.
Logo, decoraram o hino,
Caindo no ritmo,
Fiscaram no olhar
Uma pessoa próxima
A sua raça.
Direcionaram-nos,
Surpreendeu-os:
Era Pikyroby.
Ele os chamou,
Uma dança,
Pista pisaram,
Estranharam,
Mas logo
Acostumaram-se
Ao tecido,
Até o tapete,
Cantando assim.
Até a friba,
Uma dos homens,
Tem empolgado-se,
Tagarelou,
Em meio à multidão,
Uma pequena canção,
Feita por Pará, avô seu,
Dos momentos esperneados.
Dela, recuando, alimentou-se
E indicando a naué, primo seu.
Agrupamento delirou,
E não parou
De dizer o que foi proferido.
Arranjo achando,
Tambor harmonizando,
Todo o bando
Se alegrou,
Misturou,
E ela gargalhou.
Com a glorificação,
Judá balançou,
Como nunca visto,
Judas reclamou,
Pelo menos falaste,
Dizendo:
"Aquilo estava uma bagunça,
Festa medíocre,
Nem a Santa Ceia,
Sem hino,
Só oração,
Ficaste melhor."
Mas ninguém se importou,
O mundo voltou,
Cada vez mais alto,
Escancarado,
Até improvisando, sei lá,
Sendo:
"Foi ela, foi ela,
A rainha negueba."
Com ela,
Não teve igual.
Antes era um paguão,
Hoje, a mesma coisa,
Pois descobriram
Que seu íntimo
É o que te faz.
Viverá
As lutas, Francisca,
Tristeza, Margarita,
Farofa, Melson.
Ricos, dos mais ricos,
Pobres, dos mais lentos,
Lendas, dos lentos,
Sujos, dos mais limpos.
Fica lá fora,
Mestre, dos leigos.
Ela vê, sente,
Quer e ajuda.
Nada, nada
Passa despercebido.
Cinza, dos mais negros.
Sua face semelha,
Parecendo as mãos,
Onde as folhas
Plenam cada vez mais.
As chegadas
Fazem tornar-se, tu,
Te querer
Além do requisito,
Feito pelo Bispo,
Das esquinas de
Rocheio de Gilprauta.
Conselhos, eles criaram,
Quando saíram,
Surpresas, transas,
Voltaram onde entraram,
As veias sanguíneas.
E todo caso,
Agora,
Se encerrou,
Tornerò que me contou.