Qual é o Remédio
Composição: Poesia Letal.Daquele jeitão,
direto das profundezas do Itapoã Talibã
mais uma vez POESiA LETAL...
discretamente esparrado!
Nenhum cientista conseguiu bolar
um remédio pra curar
Esse mal que contamina
Nem o melhor doutor foi capaz
de sarar as cicatrizes da vida
Diagnóstico ta mal
Tendenciado a deixar sequelas
É só tragédia e funeral
No prontuário das favelas
Aí doutor o tempo passou e mentiu quem falou
pro senhor que o racismo acabou é maior caôr
Castela a capital acabou foi um escambal
preto e branco não brindam as taças de cristal
Qual é o melhor remédio? Pra esse mundo moderno
burguês de carro zero e eu de prego no chinelo
Tentando dar fuga do lado podre da perifa
enquanto o playboy na piscina aquecida
Passa a receita pelo amor de Deus me ajude
pobre, preto é preso rico sempre sai impune
Diz qual é a solução, ainda existe cura?
Pra poder acabar com essa justiça imunda
Vai demorar pra acabar com essa mania esquisita
enquanto na face da terra existir gente racista
Julgam pela cor da pele ou pelos números da conta bancária
e a discriminação feita de forma descarada
O remédio e lutar e finalizar com a palhaçada
se informar pra debater nas idéias cara a cara
O preconceito está no jeito que o sujeito anda vestido
berma larga é condenado, terno ou farda absolvido
Quando tiver uns favelados no senado e no congresso
só então nós vamos ver a favela ter progresso
Antes de apertar aquele verde pra votar
lembra que o voto tem o poder pra fazer tudo mudar
Nenhum cientista conseguiu bolar
um remédio pra curar
Esse mal que contamina
Nem o melhor doutor foi capaz
de sarar as cicatrizes da vida
Diagnóstico ta mal
Tendenciado a deixar sequelas
É só tragédia e funeral
No prontuário das favelas
Polícia vem na sede pra prender quem fuma um
deixando passar despercebido a olho nu
O bacana que trafica armas pra quebrada
tumor maligno se alastra como praga
Por aqui posso observar que o crime contamina
vários contaminados morrem no caminho suicida
Enfermos que almejaram tirar o pé da lama
só deixaram lembrança no campo da esperança
Já não sei o que faço to desesperado
Paz, amor, felicidade são momentos raros
Quem dera na farmácia tivesse pra comprar
to na fila de um remédio pra favela melhorar
Tem dor que é tipo um câncer, ferida sem cura existe
mais comum do que se pensa eu já vi e a cena é triste
Vendo a mãe do menor morto suplicar desesperada
a receita de um remédio pra curar a dor da alma
História presenciada na periferia de onde eu vim
vendo um mundo desigual desde o dia que eu nasci
Já que o crime virou epidemia na quebrada
cultura é solução mas por aqui é coisa rara
Justiça no Brasil é piada,
e ainda muito sem graça não está massa de ver
Pra aliviar dá umas bola na massa
se é polícia disfarça e depois segue o rolê
Nenhum cientista conseguiu bolar
um remédio pra curar
Esse mal que contamina
Nem o melhor doutor foi capaz
de sarar as cicatrizes da vida
Diagnóstico ta mal
Tendenciado a deixar sequelas
É só tragédia e funeral
No prontuário das favelas