Depois de um bom tempo tocando como autodidata, chegou a estudar música durante alguns anos mas como o personagem de “O Alquimista” de Paulo Coelho, ele precisou dar a volta ao mundo musical pra voltar as sua origens e só então se descobrir e desenvolver seu trabalho como compositor com os pés fincados nas sua raízes. Hoje em dia não dá muita bola pra sua formação acadêmica e prefere fazer música com o coração. Não despreza as harmonias jazzísticas, as escalas alteradas e nem as poliritmias mas está mais interessado na simplicidade de uma canção pop. Além de pirar na poesia de Renato Russo e Cazuza, não fecha os ouvidos pro som mais cru da turma do punk/hardcore, ainda entra em alfa ouvindo Beatles, Led Zepellin ou Police, fica de joelhos ao ouvir U2, Smiths ou Paralamas e chora ao som de Legião Urbana, Los Hermanos ou Gram. Sempre interessado em mudanças, seu processo de composição é doloroso por causa das suas muitas influências e de suas letras autobiográficas. E mesmo quando há parcerias, é seletivo com as letras que vem a musicar e evita o “mais do mesmo” na hora de criar as melodias e harmonias. Assume suas preferências mas tenta respeitar todas as expressões musicais. Por isso quer distância dos intelectualóides da música e dos radicais de plantão que se fecham no seu estilo musical achando que só o que curtem é bacana. Mesmo sabendo da dificuldade de soar original, é bastante intuitivo e como arranjador tenta ser diferente utilizando de modo peculiar as muitas referências que tem. Assim despeja todas as suas idéias e influências nos seus vários projetos paralelos com as bandas que integra (Duke Vizoni, Pandora, Gato Preto, Poeira Eterna, Aerolitos e Estelar). As músicas disponíveis aqui estão no seu estado bruto já que foram gravadas assim que foram paridas. Com voz e violão, é uma palhinha do trabalho desse artista que agradece aos céus a oportunidade de poder criar e ter a música na sua vida com tamanha força que chega até a mudar o rumo de sua existência.