Deixa pra lá Tem hora que é mesmo tarde demais Eu não vou poder ficar Quando meus olhos se livraram da ilusão É que pude ver o sol brilhar As ruas estão cheias de lixo As esquinas, repletas de indigentes As vitrines me seduzem, quê que é isso? É o resto podre dessa gente Dá a bunda, chupa rola, engole pus, engole porra Implora nessa vida ser crucificado Pede pra ser explorado, arrombado É a felicidade do anestesiado Puta que pariu! Que porra é essa??? É suicídio coletivo e sem pressa Vejo nossa juventude logo cedo Inerte, burra e pedindo arrego Já cantei aos quatro cantos minha humildade Só depois eu entendi, quanta mediocridade! Você se foi e eu chorei Me abandonei na solidão depois voltei Vejo que as coisas têm um curso natural Não adianta se debater nem ficar mal Não quero esse mar azul cheio de lixo E você tem tudo a ver com isso Agradeço a essa vida, tantas porradas Minha escola preferida e é de graça Cada um nasceu com seu papel Pra construir o nosso inferno e nosso céu Prova que dois mais dois não são quatro Pouca verdade e muita confusão Falou, chefão, mas a resposta é não Seu amor é lixo, seu carinho é lixo Sua atenção é lixo Não perdi a humildade Mas tenho também dignidade Seu amor é lixo, seu corpo é lixo Seu sexo é lixo Hoje vem me oferecer O que sobrou de você Não sou mais uma inocente criança Só restaram a saudade e a lembrança Mas ainda tenho muito pra crescer Ser cada vez mais adulto até morrer Foi com você que eu aprendi Que você não era nada do que eu vi Nem senti, aquele laço se rompeu Desculpa aê, você é menos do que eu Só pensa em cheirar e fumar Você tá bem pior agora, sai fora! Eu já sei o que é que eu vou fazer Vou procurar um bacanal Bem longe de você E você é covarde, me dá nojo, pisou em quem te deu a mão E pra quem bateu na sua cara nojenta Se ajoelhou e fez adoração