BICHO DO MATO O trem, a ferrugem, o trilho O avião, a tempestade, o mar Uma placa, um aviso, um abismo Alguma coisa me impede chegar A multidão tomada de ódio A prisão, o hospício, a lei Uma mensagem, um livro, um tiro Uma explosão, o sol, e o que eu sei? Eu chamo Deus de simplicidade Chamo o Blues pra onde estou E por mais que eu queira a cidade Sei o bicho do mato que sou A escada, o tropeço, o destino A janela, a tranca, o luar O cadeado, o portão, o abrigo Alguma coisa me impede chegar A miséria de mim não desiste Correr, matar ou morrer? A parede, o relógio, o convite Alguém dizendo: ‘‘por mim, pode ser’’ Eu chamo Deus de simplicidade Chamo o Blues pra onde estou E por mais que eu queira a cidade Sei o bicho do mato que sou Um rastro de cinzas no chão A corrida por poder e fama As pessoas dão nomes diferentes Pra mesma coisa Eu chamo Deus de simplicidade Chamo o Blues pra onde eu for E por mais que eu queira a cidade Sei o bicho do mato que sou