Inda Nus Priva Di Vivê Part.Simone Dantas
Composição: AFAL.O tempo modula o coração errante,
entre derrotas e vitórias derramamos sangue,
entre desculpas e perdões a vida segue adiante,
Deus ensinou mais poucos amam os semelhantes,
e no nosso futuro a gente arrisca,
trabalhando, estudando pra vencer na vida,
e num role bacu isso já é rotina,
vem um PM despreparado e atira,
um labirinto e poucos encontram a porta certa,
predefinida trajetória “pá” quem peleja na favela,
muita seqüela,
na guerra,
“os verme zoi azeda”,
passa por riba não respeita um dia a pipoca acerta,
ai quem ta errado é quem mora no morro,
quem com salário se desdobra “pá” ter janta e almoço,
mais quem pisa no pescoço,
come picanha a gosto,
passeia de importado novo,
é seu moço,
escraviza nosso povo,
“paramu” de estudar na adolescência “pá” ajudar a “famía” um pouco,
que mundo doido,
onde os “arrogante” é quem domina o globo,
promove guerra e “nóis” que morre matando uns aos outros.
Ei pra você somos o que? Se mal ganhamos pra comer,
“inda nus priva di vivê”, porque?
Pra você somos o que? Se mal ganhamos pra comer,
“inda nus priva di vivê”, porque?
Do um bico nos baú que passa lotado,
tem gente quer chegar logo em casa tá cansado,
vejo o desrespeito da gente com a gente,
o baú já tá cheio só sobe quem for valente,
“comé” que fica “as tia, as mina” grávida,
só tem empurrão cada um que sua vaga,
oia aqui meu povo no meio desse esgoto,
privado da igualdade social e do conforto,
é nosso cotidiano,
comemoração só no natal e fim de ano,
quando,
num morre nem um “mano”,
enquanto,
segue o trem da vida a gente vai lutando tanto,
sempre desafiando,
necessidades do corpo humano fixando,
forças no trampo,
subindo as colina,
os moleque com pipa,
outros no “campim” da uma finta,
jogando bola,
muitos dá uma “bola”,
só a marola,
futuro crack,
se não encontrar o crack,
no atack,
sentir o “back”,
da base,
tem como espelho o que aprende na rua,
nem um centro de cultura,
prus moleque envolver,
quando crescer,
ter alguma coisa pra fazer,
a não ser vender,
o corpo ou a droga,
não importa,
se as portas se “fecha”,
e vira cela,
ninguém move um “A” se for pela favela,
pois é agora a bala social vai atingir sua testa,
só espera.
Ei pra você somos o que? Se mal ganhamos pra comer,
“inda nus priva di vivê”, porque?
Pra você somos o que? Se mal ganhamos pra comer,
“inda nus priva di vivê”, porque?