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Cidade/EstadoAnápolis / GO
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Nossa Aldeia

Composição: AFAL.
subvida, gueto, realidade, que estou, ultrapassa a fronteira levando todo respeito, a toda família que vive na quebra, convive com a bala que leva desperta, o medo que ativa o sensor, protetor, muito medo que ativa o terror, todo morador quer proteção pra sua família da dor, a vida que passa na frente da morte quando se depara com ela, fica sem ação, treme as pernas, o coração, parece que gela, barraco, favela, tijolo, concreto uma selva de pedra é minha quebra, favela revela talentos, investimento aqui é “pru” mal, uma coisa meio que natural, ironia só a classe média recebe a verba cultural, armas de grosso calibre na mão de moleque, e a luta incansável pela redenção prossegue, e exala um alto teor de consciência e atitude, renegando a beleza e o poder da uzzy, o vento que leva a telha de casa e o mesmo que enxuga a lágrimas de sangue, de uma mãe gestante em transe, perdeu tudo de material que era relevante adiante, barreiras que o gueto sempre passou por cima, terceiro mundo país pobre a violência ensina e cria, talentos subterrâneos que nunca foram identificados, por mídia por demônios televisivos remunerados, ainda comemos mal, vestimos mal, moramos mal, e temos orgulho da nossa cultura marginal social, América latina meu país meu teto, medalha pro povo do gueto que levanta cedo merece o mérito, América latina nossa aldeia, nos injetaram consumismo e escravizam nuestra gente guerrera. 2X Uma homenagem pra quem lutou, lutou, esse rep retrata a dor, do sofredor do morro. A estrutura social aqui nunca alcançou, nunca “berô”, os tios, do morro, que “luto”, a vida inteira e cata plástico, sofredor nato, do interior, mano, desde moleque no morro, nunca estudou, em plena corda bamba que a gente está, América latina é na união que vai chegar, todos os países e uma só nação, o resgate da nossa cultura tem nosso sangue como brasão, (meu) todos nossos ancestrais sofreu, quanta gente lutando aqui morreu, Incas, Astecas, Maias é o sangue meu, formaram a terra onde aqui vivemos, longe das riquezas naturais que já tivemos, e agora nos encontramos no fio da navalha, de terceiro mundo caindo pra quarto na escala, numa corda bamba, amarrado no galho da esperança, que sangra, vitória de Simon, vitória de Gue, vitória de Zumbi, Yamberê, vitória da minha avó que veio da Bahia, sozinha, vendeu tudo que tinha, pra pagar a passagem do pau-de-arara que vinha, trazia, pessoas e sonhos que nunca foram realizados, por isso eu trago, nessa homenagem pra aqueles que sempre lutaram, e manteve o equilíbrio estável, é por vocês que eu canto e me emociono a cada passo dado, cada passo caminhado. 2X Uma homenagem pra quem lutou, lutou, esse rep retrata a dor, do sofredor do morro.

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