Contenteza
Composição: Alisson Menezes E Paulo Monarco.Entender...
Tormenta e calmaria, tantos vendavais
O canto da Jandaia, as quatro estações
Um campo de tulipas e tantos casais
A fuga, um contraponto, qualquer coisa assim.
O mundo é mister (janelas e porões).
Quem vai chegar primeiro, quem vai atrasar?
Incerteza
Por você
Me perdi no caminho pra lhe encontrar
Cruzei os sete mares, deserto salar
Fiz da vida, moinho, um porto de aplacar.
Forjei noutro compasso um encontro casual
Escrevi uma carta lhe pedi perdão
Fiquei a pão e água um monge, um ermitão.
Fiz promessa
Girar, girar
A gira que não gira não faz gira girar
A vida que não vira, não vai girar, girar
Girar, girou ô ô ô
Por você
Amordacei o medo tomei um navio
Desci a corredeira sem me apavorar
Criei dia após dia, novo desafio
Medrei na contenteza aprendi a nadar
Remei minha jangada conheci o Rio
Fiz um colar de pérolas pra lhe adornar
Lá na Índia
Entendi
Que tudo com o tempo irá desbotar
Que nem todo poema é feito pra entreter
Que se não for de ouro deve azinhavrar
E que nossa canção pode deixar de ser
Que nem tudo que brilha será um luar
Que tudo o que é preciso é saber entender.
Contemplar...
Basta um toque pra agitar as coisas
A vida gosta de embalar surpresas
Um nevoeiro assombra o marinheiro
Um nevoeiro assombra o marinheiro
Encobre a rocha, emborca embarcação.
Melhor remédio é engolir o medo
Seguir em frente, se exorcizar
Dizer adeus antes que se condene
Mandar toda essa vida pra bem longe
Pra lá de longe do estreito de Gibraltar.
Mesmo que doa arrancar a tatuagem
Que em minha pele já começa a esfumar
Devo me aventurar de tal maneira
Corsário errante pela vida inteira
Pagar pra ver aonde tudo isso vai desembocar.
Sair do ventre é revirar as coisas
É dar sentido àquilo em que não há
Um xote torto meio lusitano
Bolero-mambo sino-americano
Fado baiano a me africanizar.