De lida e poesia
Composição: Álvaro Neves e Zildomar Tchê Zico.COM A GUITARRA PAMPEANA ADEGALÇO MIL POESIAS
QUE POR ESTAS SESMARIAS VOLTEIO A CADA VERSO
O CAMPO É MEU UNIVERSO E NEM O TEMPO DEMUDA
SE A LIDA VEM CARRANCUDA, MEU LIRISMO É INVERSO
TROPEANDO A DURAS PENAS BORDEI MUITO PAGO A CASCO
HONRO O PELO PARDO VASCO DE VAQUEANO CAMPESINO
GINETEAR POTROS MALINOS RECRUTAR TROPA ESTOURADA
POR CORREDOR E POUSADA, SOBRE OS RECAUS É MEU DESTINO
AO FIM DE LA TARDECITA, CHIMARRONEIO CONTENTO
TRANÇO OU SOVO UNS TENTOS, PRA OS PREPAROS DE CAMPEIRO
O CUSCO E UM OVEIRO, COMPANHEIROS JUNTO AS BRASAS
SENTEM A ALMA ABRIR ASAS, NUM GUITARREAR DE FRONTEIRO
DE FRENTE PARA A COXILHA, ESTE GALPÃO ME RESGUARDA
QUERO-QUEROS MONTAM GUARDA, DO VAZERDO FAZEM POSTO
PRA TEMPO MAULO DE AGOSTO, UM PONCHO SEMPRE DE JEITO
UM GATEADO A PRECEITO E UM PAR DE ARREIOS A GOSTO
O OLHO “D ÁGUA” DAS PEDRAS VERTE INVERNO E VERÃO
UM CAPÃO DE MATO LIMPO, REFÚGIO DA CAVALHADA
GADO DE LEI NA INVERNADA ME CONFIA O PATRÃO
ME GUSTA SER UM PEÃO, DA ESTÃNCIA DA MÃO PELADA
DESGARRONEI DE UM POTRO ESTAS PERNEIRAS QUE CALÇO
E QUANDO A PERNA ALÇO, POUCO ME IMPORTA O SERVIÇO
COLMILHUDO OU NOVIÇO, QUE DUDAR POR QUEBRA FREIO
JÁ SE VÊ NUM TEMPO FEIO, NÃO DEIXO PASSAR POR ISSO
ASSIM ME FORJOU A QUERÊNCIA, NO RIGOR DAS LIDES RURAIS
TRAGO O BARRO DOS CURRAIS E ACÔOS NO DIA A DIA
A CUSCADA EM CORRERIA, RINGIR DE BASTOS EM SOALHEIRA
UMA PAISANA TRIGUEIRA, TRAZ À VIDA MAIS VALIA