Tempo de Amana Ara

Sol e lua confabulam no céu uma rebelião contra o óbvio. Em uma deliciosa celebração das diferenças, colocam simultaneamente sobre- a mesa do banquete seus enigmas, seus poderes e suas cadências.
De forma semelhante ao encontro do sol e da lua, Amana Ara representa também uma comemoração das diferenças, do heterogéneo e do lúdico a ocuparem o mesmo palco e a mesma música.
Amana Ara é a bênção da chuva a fertilizar um novo tempo, um tempo de tolerância e de beleza. Um tempo onde a força das tradições populares, aqui ressaltadas em suas canções, pela sedução do xote e do baião, pela batida marcante do maracatu e da embolada e pelos cantos populares que nos remetem às vozes das lavadeiras e aos cantadores de feira, tudo para nos confirmar que o nosso quintal é o nosso mundo e que o nosso mundo é o nosso quintal.
Amana Ara, em sua face indígena, é tributo de agradecimento e de alegria aos deuses da natureza.
Amana Ara é chuva no dia de São José. É Iguaria refinada, Água e carbono. É Brincadeira de criança. Amana Ara é Hannah, é carcará voando no sertão, é ciência nordestina.
Amana Ara é banho na lagoa da lua e uma volta às coisas do nosso lugar. É um naufrágio musical onde a única certeza é que hoje vai chover!