SEMEIA Autor: André Tavares Cardoso O que aconteceu, pois não saiu do chão. Será que foi por ser a primeira? Parece que morreu, ou não teve atenção À beira do caminho passa a multidão Já sei porque razão: os passarinhos roubam-na do chão! Semeia, semeia, semeia, semeia, semeia, semeia não pode parar! Outra até nasceu, mas sem duração. Que vida curta, pra quê sair do chão? No começo alegria, quanto excitação! Mas vindo os problemas logo murcha. Já sei porque razão: os passarinhos roubam-na do chão! Semeia, semeia, semeia, semeia, semeia, semeia não pode parar! A semente que caiu entre os espinhos Perde sua força por falta de carinho Riquezas tudo mais chama atenção E esquece-se daquele que lhe deu o chão Já sei porque razão: os passarinhos roubam-na do chão! Semeia, semeia, semeia, semeia, semeia, semeia não pode parar! Outra enfim caiu em terra boa Então frutificou e floresceu Pois ela deu ouvidos ao Semeador E dele nunca se afastou Já sei porque razão: os passarinhos roubam-na do chão! Semeia, semeia, semeia, semeia, semeia, semeia não pode parar!