Estrada de chão
Composição: Aurélio Miranda.Estrada de chão seu tempo se foi
Cadê a peonada poeira e bois
Cobriram de preto a estrada de chão
E mais preto é o luto do meu coração
O passado morreu só ficaram lembranças
E morre comigo a doce esperança
De ainda se ouvir nas encruzilhadas
Um berrante tocando chamando a boiada
Grita o peão - ei boi
Na estrada de chão - vai boiada
Grita o peão - ei boi
Na estrada de chão - vai boiada
Alegres pousadas com meus companheiros
Que há muitos janeiros não sei onde estão
Cadê Ferreirinha, João Boiadeiro
Gonzaga, Mineiro e o Negro Tião
Que arriscavam a vida em cima do arreio
Em todo rodeio chamavam a atenção
Seus nomes famosos ficaram na história
Passado de glórias na estrada de chão
Grita o peão - ei boi
Na estrada de chão - vai boiada
Grita o peão - ei boi
Na estrada de chão - vai boiada
Meu par de esporas, meu laço e arreio
Que a tempo no meio das traias guardei
Meu velho berrante que enfeita a sala
E ao lado as medalhas que colecionei
Meu cavalo baio relincha no pasto
Sentindo o desgaste que o tempo lhe fez
E a passarada que alegra o sertão
Gorjeia cantigas na estrada de chão
Grita o peão - ei boi
Na estrada de chão - vai boiada
Grita o peão - ei boi
Na estrada de chão - vai boiada