Farpa/ Samba De Classe
Composição: Renato Ribeiro/Michel de Moura.A gente precisa fazer um samba contemporâneo
Então tem que falar de depressão, esquizofrenia, medo...
Medo de gente
Medo de solidão
medo da chuva (“não não, sobre esse aí já fizeram música...”)
medo da polícia
“ah, essa sim eu tenho medo, violenta, corrupta...
A gente podia fazer um refrão assim:
eu tenho medo da polícia, eu tenho medo da polícia, ...”
“mas se for pra falar da polícia vai ter que falar da luta de classes”
“Beleza, simbora então”
Quem disse que a luta de classes
É um papo retrógrado, antigo, datado
Tá mal informado
Preste atenção na avenida paulista
O carro ao seu lado com vidro blindado
Que medo da vida
Ou medo da morte querida não sei...
Tem gente que acha que pode mudar a sociedade
Sem perder o status privilegiado
Talvez eu conheça esse tipo de gente
Soberbo, mimado
Talvez inocente
Que medo da rua
Ou medo de pobre, querido vê bem
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Quem disse que o samba morreu,
Enjoou, se vendeu, se despolitizou
Já não sabe de nada
O samba é cultura com aspas, eu sei
O samba, coitado, também é refém
Mas sem medo da mídia
Em terra de bamba quem samba é rei...
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No Brasil todo mundo é sambista
Exceto quem não é