A Pequena Ana
Composição: Bruno Kaoss.Sua vida era tão pacata
Vida do interior do estado do ceará
Tinha alguns amigos
Um cara que flertava
Tudo bem, tudo natural, uma vida bem normal, yeah!
Seus pais a batizaram de Ana
Em homenagem a sua falecida avó
Ana nunca a viu,
Mas era um nome que gostava.
Até aí tudo bem normal, foi na escola que ela e deu mal.
Suas notas nunca foram muito legais
Mas era a “c.d.f” entre os marginais
Ana, a pequena Ana de sorriso fácil.
Certo dia alguém a chamou pra passear
E ela logo topou, pois era aquele cara...
Aquele garoto que ela sempre sonhava.
Mas ele era um bundão
Resto de carne de porco e sabão
Ana criou nojo então
O cara meteu a mão na sua blusa...
E levou a pequena Ana para o matagal
Pôs a faca em seu pescoço
E a obrigou a tirar a sua roupa...
Fez juras que ela ia se dar mal
Mal ele sabia que o corpo dela nunca ia ter
Ana se voltou, lembrou da aula de karatê
A pele ardia, o cara tentou enforcá-la
Mas Ana sabia, que ele não ia matá-la
Ana chora, segura a faca na mão.
Ana sorrir, aquele babaca agoniza no chão.
Ana chora, segura a faca na mão.
Ana grita “aquele bundão”.
INTERLUDE
Parte II
Ligou pro seu irmão
Colocou a faca no chão
Procurava alguma forma de se limpar
Daquele sangue imundo...
Ana não sabia mais o que fazer
O seu rosto agora ia passar na TV
Não por algo bom, mas por ter matado
O filho bastardo do prefeito da cidade...
Tentou fugir pra outro estado que... Sei lá... Talvez...
Estava desesperada e se perguntava
Como foi capaz de matar aquele cara
E o pior de tudo, o que mais lhe corrompia,
É que ela tinha gostado...
E foi embora para a capital de um país qualquer,
Jamais teve contato com a sua família e amigos.
Casou teve filhos tudo como manda o figurino
E nunca mais ouviu falar daquele dia...
Cinco anos já haviam passado...
Então resolveu voltar pra sua terra natal...
Ao chegar viu que tudo estava estranhamente calmo,
Tão normal, ninguém sabia do acontecido.
O cara foi dado como perdido,
Já que era um marginal, yeah... ohhh...
E todos estavam felizes
Como nunca estiveram antes
Ana a pequena Ana nem acreditava
Que sua vida voltaria ao normal.
Mas o que ninguém até hoje soube foi que
Ela enterrou o corpo no seu quintal.