A música pop pode ser um gênero ingrato. Declarar-se fã descarado e apaixonado do estilo atrairá com certeza alguns olhares de reprovação. Os entendidos de música verão com olhos semi-cerrados e cabeças inclinadas qualquer um que conseguir escalar vertiginosamente as paradas de sucesso. Como se qualidade e popularidade jamais pudessem quebrar as leis da física e ocupar o mesmo lugar no espaço.

Bem, a coisa não é bem assim. Basta uma olhada mais carinhosa pra perceber que esse tipo de generalização é preguiçosa (e, dizem alguns, preconceituosa).

A história da música pop está cheia de casos de sucessos estrondosos, que transformaram não só a música como toda uma geração: Elvis, Beatles, David Bowie, Ramones, New Order, Madonna, Michael Jackson, U2, Guns n?Roses, Nirvana e , mais recentemente, as super poderosas Beyoncè, Lady Gaga e Rihanna. Só para citar alguns exemplos. Assim mesmo, todo mundo junto e misturado. Não, não ficamos loucos? ainda. Música pop (vale lembrar, de popular) transcende estilos e quando bem feita pode começar uma revolução. É pop, é rock, é eletrônico, é dançante, é real e livre pra se misturar e , no processo, transformar o mundo ao seu redor.

São esses artistas, esse caminho, essas canções que povoaram desde o início os ouvidos e a alma da Bellatrix, trio paulista de eletropop/rock/and everything in between, como brincam ao se definir. Aversos a qualquer tipo de rótulo auto-inflingido sentem-se felizes em afirmar que fazem música pop, simples assim, e que é essa energia transformadora que procuraram canalizar em seu EP de estréia, Iconoclast.

Bia Lombardi empresta sua energia explosiva e sex appeal às melodias vocais únicas e envolventes enquanto Nei Medeiros enche o ar com timbres poderosos e temas super pops de teclados. Dando a liga, Fred Barion faz o chão tremer com seu groove de bateria pesado e envolvente. Bellatrix é como uma Tiamat do pop, a deusa-dragão de duas cabeças. Harmonia e groove juntos, inseparáveis.