Caixas na estante
Composição: Bero Vidal.A vida vai aos poucos se tornando como caixas na estante
Íngreme como Washington, forte e frágil como a liberdade
Sem desejos, mas com a rara esperteza de vencer
E as vitórias vão chegando e vão fugindo sem saber por quê
O outro dia ninguém consegue ver
Vasta como cárcere privado na cabeça de um senhor
Negra como escravo capitão-do-mato que restou
Nas estribarias que nascemos, nas senzalas e nas ruas
Nas casas encravadas no diamante e na lama minha e sua
Tentar vencer é alimentar loucura
Vaga, bela, espúria, sem limites, doce como o sal do mar
Ninguém me fará de escravo, nem tampouco penso em me matar
Já que estamos nessa encruzilhada, o que resta é ir adiante
Não ficar parados na poeira feito caixas na estante
Ser barro ou ser um diamante
Ser barro ou ser um diamante
Ser barro ou ser um diamante