Beto Terra

Beto Terra

Cidade/EstadoJoinville / SC
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OuvintesLuiz Alberto Vieira Sarmento e outros 6 ouvintes
Luiz Alberto Vieira SarmentoLuiz Alberto Vieira SarmentoLuiz Alberto Vieira SarmentoLuiz Alberto Vieira SarmentoLuiz Alberto Vieira Sarmento
Fã-clubeBonde Sem Freio e outros 10 fãs
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Release

Estes temas são produtos de vida começados em 1985 com (Quando Estivermos Lá!). Os outros foram surgindo na busca de improvisação, liberdade de espírito e um desejo de conhecer o meu próprio ritmo interior. Já estava de saco cheio de estudar música, fazer teatro, pequenas publicações literárias e nunca ter dinheiro para comprar um violão. Saí pelo mundo que foi entrando dentro de mim, assim os temas foram brotando. Com as retinas calejadas das imagens dos refugiados de guerra e perseguidos políticos escondidos por toda Europa, que eram meus amigos, aprendi a gostar dos árabes e olhá-los como um povo magnífico (S.O.S. Algerie); como observador internacional pelo jornal Milênio Zero (Canadá) fotografamos a maior violência contra o Global Fórum, assisti meus amigos preparando lanças para a manifestação de 17.03.2001 (Passatempo Napolitano) e depois presenciei os policiais indo para o hospital em número bem menor que os meus companheiros: éramos 150 caras perdidos e mudos com as bombas gritando nas calçadas queixosas. Eu já estava ficando louco, um avião me trouxe ao Piraí e tive a mão e o carinho da família Wendel (Descendo o Jurepê) só para me lembrar que a natureza precisa continuar a ser apreciada e não apenas defendida nos postos de combate como tanto vi com os chamans das montanhas de Roma. Não sou um iniciado, mas me fizeram tanto coisa (escapei de três atentados e fui preso quatro vezes) que jamais pensei no ponto em que o interesse econômico pode levar alguns (Salavaux); que na verdade todo mundo é gente boa, mas meu casado sumiu. Tinha já um tempo na campanha canadense quando soube da condenação dos 119 companheiros por causa de nosso Maio de 98, após termos bloqueado as quatro portas do Shereton Internacional. Na tristeza daquele dia não apanhamos; eu só tinha na cabeça a imagem inocente de minha sobrinha de 2 anos (Anais de Montreal) e isto me dava calma ao filmar aquelas prisões e ter uma esperança de poesia. É muita estrada, meu amigo, eh, e tem tanta calçada pra se desviar, e a cada dia componho um pouquinho (Chemim), sem esquecer a melodia original nem as influências das constelações. Poderia ser um musico poético e tranqüilo, tratando apenas do sublime da vida (Água e Vinho - E. Gismonti) deixando o ao redor rodar. Mas não dá, o tempo é urgente e na pressa dos homens, perdemos a paciência que a terra nos ensina. Ali cada homem se distingue dos outros, et voila, somos obrigados a conviver com os diferentes e aceitar com bondade no coração a cara que cada um tem. Ah, eu já to de saco cheio de escrever... mas talvez um dia, quando estivermos lá...

Beto

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