Fim De Março
Composição: Alê Cazarotto, Renato Frei.São invisíveis
As roupas do imperador,
São impossíveis
Seus falsos cantos de louvor.
É forjada, a pátria amada,
Revés furta-cor.
São tão distantes
as pretensões de Dorival,
Asfixiantes
as caravelas de Cabral.
É feijoada, folia requentada,
Utopia tropical.
É tão incerta nossa nação do carnaval,
Redescoberta sua vocação colonial.
Violada, é tudo ou nada
No canavial.
Segura e lenta
É a transição que não tem fim
Não acalenta
A nossa dor Tupiniquim,
É todo dia que vence a euforia de gente ruim.
História pra boi dormir,
Nada vai se cumprir.
Só descaso e fracasso.
E não chega o fim de março.
Nasceu da invasão,
Cresceu perdão,
Não morre mais.
Cedeu o ouro e o pão,
O céu e o chão,
Ficou pra trás.