Música, uma das formas que a vida encontrou de nos ajudar a enxergar as dualidades que a compõem. É assim, misturando a racionalidade de enxergar padrões e uma subjetividade espiritualista, que o cantor e compositor mineiro Caio entende a arte que pratica, caminho pelo qual se atraiu ainda na infância.

Conduzido pelo pai ao samba, foi o ritmo tão brasileiro que o impulsionou à vida musical profissional. O artista, que encontra boa parte de sua inspiração nas manifestações culturais de brasilidade, construiu-se país afora. Belo-horizontino, começou a cantar profissionalmente em Goiânia e encontrou-se como artista em São Paulo, vivenciando diferentes culturas em contextos mais urbanos.

Na cidade do centro-oeste, destino pra onde rumou para estudar publicidade e propaganda, encabeçou a fundação da Baú Novo, banda de samba que contava com mais seis integrantes. Propondo fazer "samba para quem tá vivo", o grupo foi ganhando espaço através de eventos particulares até começar a se inserir no circuito de festivais da região e do gênero (2º Brasil Park
Festival, em 2012, o 5º Famu (Festival Anapolino de Música), em
2013, ambos em Anápolis, além de participação no São Paulo
Exposamba de 2013, maior mostra do país sobre o estilo musical). O movimento de ascensão era acompanhado por Caio em sua vida profissional na área de marketing, que ganhou fôlego quando o cantor fez uma pós graduação em gestão de negócios. Apesar de atraente, eram outras linguagens que chamavam mais atenção do mineiro.

A conquista de se apresentar para diferentes públicos e hoje poder viver de música espelham um desejo de longa data, o de "falar com muita gente". "Quando eu era criança e pensava na vida adulta, eu me imaginava falando com muita gente. Eu imaginava que eu ia viajar muitos países e falar com muitas pessoas", lembra Caio ao relatar a infância.

No entanto, o cantor imaginava que o promissor futuro viria através da igreja evangélica, cenário onde também pode se envolver com a música. A fé é, na verdade, um dos pilares da história que Caio vem construindo, haja visto que "Sente o Tambor" (Sony Music), seu mais recente single e estreia ao lado de uma gravadora, traz o artista exaltando a conexão com elementos ancestrais e que evocam credulidades.

É através de elementos como esse, tipicamente brasileiros, que Caio se identifica dentro do atual cenário da música popular. "Eu me identifico muito com essa cena de novos artistas trazendo uma releitura da MPB. Pra chegar aqui, eu levei um tempo. Eu saí do samba raiz, depois tentei me encontrar num pop mais sintético e, então, entendi que preciso deixar fluir e seguir o que está no meu coração: uma mistura de música e fé", diz antes de ressaltar que, apesar de ter começado esse entendimento na igreja evangélica, hoje segue outros caminhos. "Me considero ecumênico, espiritualista, acredito na física quântica, por aí vai. Eu acredito no invisível, o invisível me fortalece", confessa.

Mas o autoconhecimento enquanto artista não veio sozinho. A música de trabalho também marca a primeira parceria entre Caio e Felipe Sassi - seu diretor artístico e de criação e principal diretor de clipes do cenário da música pop atual, já trabalhou com nomes como Ludmilla, Gloria Groove, IZA, entre outras.

"O Felipe tem somado muito, muito mesmo. Lançar 'Sente O Tambor' é o principal marco na minha carreira. Um trabalho que envolveu muitas pessoas que eu amo, um discurso que eu acredito, uma energia daquilo que eu realmente procuro na minha vida", diz.

A chancela de uma das mais conhecidas gravadoras musicais confere certo conforto ao cantor, que diz enxergar as conquistas como sinais de que está no caminho certo. "Estamos aqui, chegamos". Os próximos passos dessa trajetória que acaba de ganhar ainda mais força são, naturalmente, o lançamento de mais um single e, em breve, seu primeiro disco.