Sancho
Composição: Enzo Camurça.Sou o silêncio que habita onde os valentes hesitam
Eu sou a carne ardida e moída, sofrida, das peles rasgadas dilaceradas que vagam
Sou um intervalo de luz, no breu do vazio
Sempre fui dor, assim que sempre me vi
Sempre encaixei tantos sonhos na minha poesia
E agora todos se picam, se perdem, se encolhem
Na toca de cada desejo que um dia engoli
No vácuo de cada palavra que um dia escrevi
Não se esconda mais
Já fui eu o rapaz a chorar com uma dor que eu nunca entendi
Bem mais que entender, é provocar e bater
Pra encaliçar e tentar ser feliz
Eu olhei fundo no abismo e ele me olhou assim
Agora corro e desmancho bem alto
O que eu acreditava ser e desejei pra mim
Não ouça seus pais, ser alguém na vida não é nada demais
Um dia após o outro
O mesmo barco, o mesmo mar
Mudam os destinos
E quem você quer se tornar