Gente Invisivel
Composição: CELSO GALVÃO E IZA VALENTIM.GENTE INVISÍVEL
De: Celso Galvão/Iza Valentim
Cinza
É cinza nosso tempo
E nossa poesia não trás flores,
Mas procuro ver além do meu tormento
Ver o mundo ampliado e suas dores
Olhar o meu vizinho do lado
Ter compaixão de sua dor
A dor do excluído, do viciado
A agonia que sofre o amor
Sendo assim, confesso
Essa dor em forma de verso
E pergunto aqui sem pudor
Porque o mundo tem medo do amor?
Como já disse Hesse
"não sou aquele que sabe, mas aquele que busca"
Essa é minha luta, essa minha prece...
Enquanto nasce o sol
Penso como enganar o dia:
A fome, as dores, sobras.
Hipocrisia...
Gente sem dinheiro, sem aval
Machucada, rotulada
Sou o que me deixam ser
Invisível, marginal!
O relento me acompanha
Já não tenho pensamento
Deixo meu barco ir
A mercê do julgamento
O que quero não importa
Minha história ninguém quer
Se na vida o que pode
Só me cabe “um qualquer”.
Esteriótipo! Esteriótipo!
Não quero essa droga de vida
Sou gente! Não de aço
Sonhos soterrados...estilhaço, estilhaço, estilhaço
Quero o direito de errar
De mudar de ideia
Quebrar a cara,
Experimentar...
Me sinto grotesco!
Não combino com a paisagem
A cegueira é de todos
Não passo de uma miragem
Minha lida é força bruta
A cidade me concedeu:
Titulo de cidadão excluído, herói perdido
Viva a liberdade no breu!
Um cachorro me acompanha,
Abraça minhas pernas
A ceia é no jardim, Vínculo feroz!
Céu e lua cuidando de nós
Na rua há trevas, mas também tem anjos
Eles enxergam a gente, sabem do que preciso
Eu tenho meu direito, pelo menos respeito,
Um simples afago, muitas vezes é o melhor abrigo!
Melhor abrigo...
Enquanto nasce o sol
Penso como enganar o dia...