O Labirinto
Composição: Christiano Raynor.Pra desagradar é só contar tudo
E num conto de fadas de uma terra distante
Um andante esquerdo inventa um errante destro
E na morte do esquerdo, o destro o ressuscita
Simbiose estranha pra vida inteligente
Viventes iguais em lados opostos
Cada qual ao seu jeito, criando os seus monstros
E os excrementos no início não são expostos
Fogo baixo, retrocesso cozinhando
E a armadilha de ambos segue se armando
E pro meio do lodo vão te empurrando
E alegremente te empurram dançando
E na dança bizarra proposta por ambos
Um casulo escuro vai se fechando
E aprisionam novos errantes e andantes
Alguns bem ingênuos, outros pensantes
Os primeiros defecam, os segundos se agitam
Os primeiros gargalham, os segundos vomitam
Outros poucos no meio, indiferentes, indecisos
Os que não vão pra manada, ficam sozinhos
Fogo baixo, retrocesso cozinhando
E a armadilha de ambos segue se armando
E pro meio do esgoto vão te empurrando
E alegremente te empurram cantando
E sem ar disponível, num espaço restrito
Excremento anaeróbio, pressão, atrito
Vão subindo paredes desencontradas
Onde direita e esquerda são escolhas forçadas
Pelo errante e o andante desse conto de fadas
Conduzindo a caminhos de saídas vedadas
E nessa terra distante, sem futuro e sem passado
A conclusão que se chega: o labirinto não tem lado
Fogo baixo, retrocesso cozinhando
E a armadilha de ambos segue se armando
E pro meio da merda vão te empurrando
E alegremente te empurram sarrando
O labirinto não tem lado. O labirinto não tem lado
O labirinto não tem lado. O labirinto não tem lado.