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Christiano Raynor

Christiano Raynor

EstiloMPB
Cidade/EstadoTeresópolis / RJ
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O Labirinto

Composição: Christiano Raynor.
Pra desagradar é só contar tudo E num conto de fadas de uma terra distante Um andante esquerdo inventa um errante destro E na morte do esquerdo, o destro o ressuscita Simbiose estranha pra vida inteligente Viventes iguais em lados opostos Cada qual ao seu jeito, criando os seus monstros E os excrementos no início não são expostos Fogo baixo, retrocesso cozinhando E a armadilha de ambos segue se armando E pro meio do lodo vão te empurrando E alegremente te empurram dançando E na dança bizarra proposta por ambos Um casulo escuro vai se fechando E aprisionam novos errantes e andantes Alguns bem ingênuos, outros pensantes Os primeiros defecam, os segundos se agitam Os primeiros gargalham, os segundos vomitam Outros poucos no meio, indiferentes, indecisos Os que não vão pra manada, ficam sozinhos Fogo baixo, retrocesso cozinhando E a armadilha de ambos segue se armando E pro meio do esgoto vão te empurrando E alegremente te empurram cantando E sem ar disponível, num espaço restrito Excremento anaeróbio, pressão, atrito Vão subindo paredes desencontradas Onde direita e esquerda são escolhas forçadas Pelo errante e o andante desse conto de fadas Conduzindo a caminhos de saídas vedadas E nessa terra distante, sem futuro e sem passado A conclusão que se chega: o labirinto não tem lado Fogo baixo, retrocesso cozinhando E a armadilha de ambos segue se armando E pro meio da merda vão te empurrando E alegremente te empurram sarrando O labirinto não tem lado. O labirinto não tem lado O labirinto não tem lado. O labirinto não tem lado.

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