A experiência
Composição: Claudivan Santiago.A EXPERIÊNCIA
Ainda menino
No auge da inocência
Pra fazer uma experiência
Um Preto Velho me chamou
Prum grande encontro
No meio da encruzilhada
Com a “verdade” decantada
Nos tempos do meu avô
Teria tudo, riqueza, sabedoria...
Me tornaria invencível
Com eterna proteção
Bastava apenas aceitar a “divindade”
E incluir sua “verdade” no coração
Ê, Preto Velho, me diga qual é?
Ê, Preto Velho, me diga qual é?
Eu não ando por essa estrada
Não abandono a minha fé!
Ele falava olhando pro infinito
Num gestual esquisito
Como se visse alguém
Palavras negras saíam da sua boca
E um coral de vozes roucas
Respondia do além
Na terra, vi sombras de argolas douradas
E no alto a “divindade” preparando a invasão
Suava frio, minhas pernas tremulavam
E os anjos de Deus me davam a proteção
Ê, Preto Velho, me diga qual é?
Ê, Preto Velho, me diga qual é?
Eu não ando por essa estrada
Não abandono a minha fé!
Sentindo perto aquela força maldita
Inclinei minha cabeça
E com o poder da oração
Repreendi a legião dos “encantados”
Por Preto Velho chamados até o chão
Foi um suplício
O tempo fechou de repente
Só ouvia ranger de dentes
E gritos desesperados
E o Preto Velho então perdeu a consciência
Quando viu que a experiência
Tinha dado errado
Ê, Preto Velho, me diga qual é?
Ê, Preto Velho, me diga qual é?
Eu não ando por essa estrada
Não abandono a minha fé!