A Maçã (Raul Seixas/Paulo Coelho /Marcelo Motta)
Composição: Raul Seixas /Paulo Coelho/Marcelo Motta.Se esse amor ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar
Se eu te amo e tu me amas
E um amor a dois profanas
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa no altar
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ser seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais
O amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro mas eu vou te libertar
O que é que eu quero se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar
Composição: Raul Seixas /Paulo Coelho/Marcelo Motta
Interpretação da letra da música
Esta canção, cujo tema é a liberdade sexual, é rica em referências ao misticismo de Aleister Crowley, ao qual Raul estava profundamente ligado na época. O cantor baiano utiliza-se da maçã como metáfora do fruto proibido, referindo-se, também, ao órgão sexual feminino. Assim, Raul discute a liberdade sexual — contrapondo-a à moral burguesa e cristã — e o ciúme, assumindo ares de um anti-Otelo.