Caronas de Pau
Composição: Gehring, Santos, Zardo.Eu e minha mochila
Caronas-de-pau
Marginais sem um pila
À margem da marginal
Os motoristas vão
Mas não sem ficar
Eles me olham, vêem a mim
Eu vejo o seu olhar
Gostariam de estar comigo
Talvez até em meu lugar
Dar carona, se pudessem
Mas eles não têm tempo
Têm medo
Deixam estar
Sou como o vento que corta o tempo
Trazendo o novo e o antigo
Sou como o vento passeia no mundo
Semeado isento, sentindo o imundo do mundo
E eu deixado, fico
Mas não sem seguir
Deveras lento, mas é cedo... eu vou
Um pouco com cada um
Um passo de cada vez eu dou
Mais um passo, mais um passa
A sós eu sigo
Comigo consigo
Sou como o vento que corta o tempo
Trazendo o novo e o antigo
Sou como o vento passeia no mundo
Semeado isento, sentindo o imundo do mundo
Sou como o vento que passeia no ar
Trazendo o árido à brisa do mar
Sou como a brisa que alivia voraz
O árduo calor, supina paz
Sou como o vento
Quando não violento cheira adocicado
À fel quando zangado
Sou como o vento
Zumbido astuto, frágil, devastador
Sou como o vento cotiado discípulo
Que vem e vai, vem e vai, vem e vai
Sou como o vento que entra e sai,
Esfria, esquenta,
Ileso, alísio
Sou como o vento que gira perdido no ar
Sou como o vento alivio destruo e amo voar
Sou eterno...
Sou eterno...