Coração Planalto
Composição: Brunno Costa.Da natureza que eu extraio a minha cura, pra amargura da cidade cinza em seu tom tortura pura
Magia de rua, ecoa em cada palavra, meu universo é nem um terço do que anexo hoje nessa estrada
E o que explana a mente nem sempre é o que expande, comumente a minha certeza por aqui é ignorante
Erroneamente mutante meu coração sempre plana nesse voo piloto fora do plano prototipamente humano
Meu projeto de vida aqui no planalto é fumaça na garganta, água encanada e sombra de prédio bem alto
O arquétipo da civilização que hoje encanta, é carro bacana e pose pra tirar o tédio com status
E dele eu tiro um extrato, vejo todos os meus gastos fúteis e eu só concordo e me contento com meu saldo
Que ainda com isso é alto, não sinto minhas próprias dores, meus filhos não me comovem choram enquanto eu trabalho
Esse é o externo pra cumprir os requisitos, na verdade eu me sinto longe de tudo, inclusive do que eu quero
Fui forçado a trabalhar com esse lixo, concretamente invisível pressão social, é o martelo e eu sou o prego
E eu não me entrego, suporto toda essa dor, vejo as luzes da cidade, M Norte sem corte aqui tem valor
Sinceridade na conversa que levo com meu propósito urbano, na contramão do que o cerrado julga o certo
E sem mistério essa é minha percepção, sobram padrões sociais, são várias vias cê decide a direção
Arte, libertação, escritórios, comércios, muros com tinta, rodovias, faixa exclusiva, acessos
Grades, concurseiros, drones, desafetos, universidade pública, comédia, ministérios
remédios escassos, vícios, cultura inestimável, egoísmo alicerçado, coração planalto.