Som e Poesia
por Luis Vilar e Artur Finizola

Fugindo dos modismos e confrontando influências variadas, a Donamaria se desapega ao que os críticos convencionaram como regional. Usa do batuque da percussão ao belíssimo trabalho de cordas, para desorganizar os sons e ordenar um caos sensorial numa apresentação inédita do que é o regionalismo, misturando-se a outras tendências do rock, do samba, do funk e outros ritmos, entrando também numa vertente que pode ser denominada como Nova MPB.

Além disso, não é raro assistir a pequenos trechos de performances teatrais e recitais poéticos misturados às melodias dos instrumentos musicais. As letras contam histórias fictícias baseadas numa realidade urbana e em alguns pontos, com influências bem regionais. Pesseando por esta fórmula é que a Donamaria consegue ser singular, poética, lírica, sonora, prosaica, barulhenta e acima de tudo, nordestina; alagoana.

Em meados de 2001, a banda se montou, compôs, foi ao palco e permanece nele até a data de hoje, primando pela originalidade de suas músicas e buscando superar a si mesma, na tangente de qualquer conceito e livre de qualquer rótulo, sendo apenas som e poesia.