Douglas Din

Douglas Din

Cidade/EstadoBelo Horizonte / MG
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Causa mor

Composição: Douglas Din.
Nasce uma flor, varia na cor Mas é incolor para o criador Uma criação sem força de ação Fraco coração mas má criação Virá com o tempo representado Pela areia na ampulheta Como discurso troca de lado Sendo moldado mais que a silhueta Entre sair da arena ou arar a terra Pra fazer brotar em campo de guerra Nesse mar de gente sem guelra que ajude Quem ama o deseja mesmo em área rude Rude como a cultura que entra na mente por exposição Sem a permissão se fixará como um alicerce pra invocação De cada argumento Se ele for feito de barro ficamos na lama Mas se os pilares são feitos de ouro sobre o tesouro quem cuspirá drama E é isso que nos educa, sempre preso à muvuca Mesma que o anjo segue e o demônio cutuca o cordeiro com vara curta Tudo em longo prazo Pra experimentar os de dez, sete, cinco anos em caso mais extremo Pega o menos imune Mostra o que há de pior, tudo é questão de costume Produzido com o tempo de quem tá a mercê Do meio ambiente, crianças como você e como eu Eles querem correr, querem crescer Poder pegar os doces no alto da prateleira São iguais a você, iguais a mim Inocência mirim, a minha causa primeira São corpos de poucos anos, transportam tanto calo Na alma, palma, poeira e pureza vão pelo ralo Cada vez que retornam da rua que nos reformam Com kit de lei e vícios, edifícios que adornam O sonho que é exposto e a distância e é imposto De perto de pai pra filho mas culpa não tem rosto Todos tem sua porção na invenção desse portfólio Do universo da compra que fica aí de espólio Pros nossos pequenos, se o dólar vale menos eles sabem Assisto o enterro de nossos ingênuos Que aprendem, fazem, atacam, defendem Cumpram a cerimônia que de nós não mais dependem Irmão cuidando de irmão, tem Criança pedindo esmola, tem Que prefere campo a colégio, tem Pensando que crime é remédio, também Fato é que educação não tem nada a ver com uma sala carteira Cadeira imunda, jaula vagabunda, controle de segunda à sexta-feira O futuro vira só resto de tudo que o mundo propôs E não há acordo protesto, por que o nosso povo compôs Os pais se opõe ninguém se impõe à revolução torta e lenta Por isso eles vão sonhar e brincar aos trinta de idade e ainda aos quarenta Eles querem correr, querem crescer Poder pegar os doces no alto da prateleira São iguais a você, iguais a mim Inocência mirim, a minha causa primeira Criança absorve o que há no entorno, assimila o que há de vantagem Miséria de grana menos que virtude ferra a saúde da auto-imagem Até que não haja a auto avaliação do que fomos e somos Mas se o presente fala do passado do que você acha que nós somos donos? O futuro é tão ilusório também não tem nada a ver com destino Mas só que cultura são fios de náilon movendo as tralhas de tanto menino e menina A vida ensina, mas que qualquer professor Que fala de história mas o aluno cria uma de dominado e dominador E isso não é fardo de preto, pardo, sem pai Cada grito escutado não vai É uma ficha que uma hora cai Pro molde de quem chuta o balde Quando sai da forma se esbalda O resto é só adereço Começa no tempo da frauda O governo põe sua melhor fraude perante gestante no primeiro instante Ele faz parecer que agora é trabalho e que a escola será o bastante Olhe para o mundo, olhe pra você la no fundo Vejam quanta gente não realizada que amargam escolhas a cada segundo E isso que quero evitar, saca? Nessa laguna tem algo que ataca Tem só oito anos de história sofrendo com o próprio fim numa maca Mas creio na revolução, esses sonhadores conheço de cor Pois sou como eles, nada sereno e faço dos pequenos minha causa maior Eles querem correr, querem crescer Poder pegar os doces no alto da prateleira São iguais a você, iguais a mim Inocência mirim, a minha causa primeira

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