Edigar Mao Branca

Edigar Mao Branca

EstiloForró
Cidade/EstadoVitória da Conquista / BA
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Edigar Mão Branca é o nome de guerra de Edigar Evangelista dos Anjos, brasileiro, cantador, poeta, radialista e forrozeiro. Assumidamente um cabra de pé de serra, de vaquejada e tirada de leite, Edigar nasceu em 14 de janeiro de
1959, no Lodo das jegas região da Mata Fria distrito de Macarani na Bahia.


Esse é o fi de seu Zupero e Dona Dalva que aos 5 anos de idade já era espantalho de passarim, nos brejos de arrois la na fazenda de Moura.

Dava prá ver o brilho nos olhos quando ele ouvia uma música no rádio de seu Iôiôzinho o unico que possuia um aparelho de rádio naquela região. - Depois pai comprou um, era um Motoradio onde agente ouvia: Zé Betio, Osvaldo Betio, Delmario é o espetaculo dentre outros.

Era um encanto que tinha por aquela situação festiva, pelos sanfoneiros, os cantadores, zabumbeiros, triangueiros e reizeiros. Olhar aquilo tudo sem medo, era sentir como se
fosse um deles, um cantador. Um menino amante da vida, sonhando com a música como se já soubesse que um dia seria um

forrozeiro, um poeta, um artista consagrado. Esse universo de coisas simples, puras e verdadeiras da cultura de nosso povo era o habitat de Edigar, foi aí que ele se formou um ser humano vivente, no dia a dia da terra de sua região, uma rotina comum, porém cheia de significado
e, a sua alma de artista, captava a essência da poesia escondida na riqueza daqueles dias cheios de uma magia, um mistério que só ele via.

Filho de família agricultora, veio para a cidade Itapetinga pela primeira vez com apenas seis anos de idade trazido por sua tia, Dona Zita, que lhe conduziu à escola, da qual fugiu várias vezes, pra brincar no campo, tomar banho de rio, farras de ferra, festas de reisado, noitadas de forró, caçadas de tatu, esperas de macuco, mansas de brabos, etc. Lidas que hoje contribuem para a autenticidade do que canta o violeiro Edigar Mão Branca, nome-apelido que veio do vitiligo das mãos, mas ao contrário de Michael Jacson que aproveitou a doença para embranquecer de vez, Edigar utilizou para assumir uma identidade forte e original no meio artístico.

Foi por ai que o menino Edigar foi crescendo e se tornando moleque travesso, depois rapaz, depois homem e durante toda essa trajetória foi se tornando cada vez mais artista.

Um dia, nos seus 14 anos participou de um concurso de calouro promovido pela Mercearia Moderna e seu serviço de alto falante que cobria com suas bocas SEDANS boa parte do bairro Camacan em Itapetinga, o apresentador era Valmir Silva (Calça boca de sino, camisa de volta ao mundo e o seu famoso kichute preto). Na verdade ele só queria cantar no microfone, porque há muito tempo ele só pensava nisso.
"m i c r o f o n e" e, não contou dois tempos, correu, e foi cantar. (A música era do finado Paulo Sérgio... Vou contar na cidade onde eu nasci...) Um menino simples cantando com toda alma uma música simples na frente de um microfone "m a r a v i l h o s o", sem vergonha, sem medo, sem timidez, não que ele tivesse essa coragem toda, mas foi o microfone que apagou a platéia e ele ficou sozinho com o seu mundo e o seu mundo agradou, resultado, ele ganhou o concurso, é claro. Pronto, foi a conta, poderia se dizer que foi a última gota d’água do copo, do resto dos seus dias.

A partir daí a vida tomou outro rumo a família grande, a tia Zita, meu finado Tio Otavio, a escola, a descoberta do som do violão comprado escondido, e o menino rebelde, liberto de raízes, curioso e dono de um talento raro. Do boi nas parambeiras, das fofocas nas portas de venda, das farinhadas, agora era só saudade afogada no peão, na pipa, na ponga nos caminhões, a roubada na lona do circo, o jogo de gude, sem nunca esquecer o pé da serra, a caça às capivaras, tatus, pacas, o badoque de pereira que vovô fazia, a água correndo rio abaixo, onde será que vai dar? Porque o peixe não voa e o passarinho não nada? Porque todo mundo não é feliz? Perguntas intrigantes na cabeça de um menino musical.

Edigar estava enchendo o seu baú cultural, onde a vida e o ar dos sertões se escondem, para depois aparecerem bem vivos em sua poesia.

Essas memórias são o cimento de sua arte. Das montanhas verdes do Lodo das Jegas pouco se ouvia falar e poucos artistas cantavam no rádio aquela lida que lhe causava tanta saudade. Mais custou pouco e o destino acabou lhe conduzindo ao encontro de mestres que lhe ajudaram a solidificar a certeza de que aquele viver era realmente belo e de se orgulhar sempre de tercido o que foi. Os metres a quem se refere são tantos que orgulham o Brasil epodemos citar alguns: Elomar Figueira Melo, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e tantos outros.

No meio desse caminho Edigar conheceu o Rádio, e atuou por dez anos na radiofonia, onde fez de tudo. Este foi um capítulo à parte, e outra vez o "m i c r o f o n e" lhe pregou uma peça. No microfone do calouro ele cantava para uma
platéia, agora fala para uma região inteira, e gera índices de audiência pelas ondas do rádio. Foi paixão à primeira vista. Começou há muito tempo e ainda hoje é sucesso, radialista famoso, contador de trovas e causos, cantador de folia e forró.

Primeiro o concurso de calouro depois o rádio e no entremeio de tudo isso muita música, muita musicalidade, muita inspiração e então o mundo se abriu para sua passagem.

Edigar se torna Edigar Mão Branca. A sua mão tornou-se sua marca. A mesma mão que toca o violão, que pega na enxada, que segura o boi, ao lado de sua performance nos palcos, formou-se a sua imagem.

Sua fama começou a correr frouxo e logo surge o seu 1º trabalho, que com a compreensão e colaboração das pessoas que acreditaram no seu talento veio a se concretizar. Composto de 04(quatro) canções de sua autoria Mão Branca nos presenteia com “Passagem para o Mundo”, um mundo de sonhos e realizações.

O gosto pela carreira musical, começou quando era apresentador de um programa de música nordestina na rádio de sua cidade. “Tocava muito forró e aí comecei a me interessar pelo ritmo, recorda”.Depois vieram os convites informais
para cantar num arrasta-pé ali, outros acolá. De repente, Mão Branca começou a ver cheiro de forró em tudo que fazia.

Nasce então o seu 2º trabalho “Lambança”. Com a cara e a coragem Mão Branca foi à luta do seu jeito. Com seu disco independente à mão, o artista saiu forrozando por aí, e construindo uma trajetória bem peculiar.

“Da Terra Firme, Um Canto Forte”, é um LP composto de canções que são verdadeiros gritos de alerta em favor de tudo que é belo: a natureza, a paz social, e a luta para que os políticos tenham uma postura mais autêntica e verdadeira. Como convidados especiais participam deste disco outros menestréis já conhecidos, como Elomar Figueira e Eugênio Avelino, o Xangai. Além de interpretar suas próprias canções, Mão Branca é um apreciado contador de “causos” e intérprete de cantigas de outros cantadores. O espetáculo Da Terra Firme Um Canto Forte é composto de voz e violão, sobre o qual Elomar disse: Edigar Mão Branca é um malungo e menestrel brilhante, é mais um cavaleiro que ficará na história da nossa música, porque não veio na onda de todos, ditado pela moda, nem tão pouco a serviço do rei."

A sublime missão de levar alegria ao nosso povo rende ao cantador o reconhecimento e a gratidão dos incontáveis amigos e admiradores que conseguiu colher e prossegue colhendo em sua caminhada, brota nesse momento o LP “Panavoeiro”.

Mais uma vez Edigar acerta na excelente escolha do seu repertório. Colocando os contratempos na gaveta, ele lança mais um LP independente “Fé Lis”, e com certeza tem de saldo o orgulho de uma carreira autônoma que se deslancha
a cada trabalho; e esse não poderia ser diferente. Pois ele faz da labuta de todo dia o alimento da sua veia artística.

“Comendo Festa”, mais um trabalho independente que vem tentar reviver a tradição já quase extinta: “O São João”.

Um álbum que valoriza os sanfoneiros, rezeiros, cantadores e poetas da nossa região, pois com certeza são eles os depositários do melhor de nossas histórias. Em sua contracapa Edigar expressa o que sente e pensa: “Cada forma de expressão tem seu palco, seu público e seu tempo próprio. E o bom e velho São João


decididamente não casa bem com milhares de decibéis dos trios elétricos...
na outrora tão romântica e aconchegante noite fria”.

Depois a grande inspiração, brotou do povo e de sua alma simples adaptação e versos de sua autoria na música Gabiraba que o Brasil inteiro conhece.

Edigar Mão branca participou de movimentos estudantis, recitais, grupos de teatro e fundou em São Paulo grupos de música regional, ainda no final dos anos 70. A sua experiência como trovador lhe permitiu melhorar cada vez mais sua performance no rádio, veículo no qual atuou durante muitos anos e produziu uma série de programas, sempre privilegiando as canções que falavam da alma de seu povo.

O trabalho no rádio não o impediu de conduzir sua carreira musical e logo ambos cresceram e dez anos depois o fizeram, ter que escolher entre os dois veículos, ele optou pelos dois. “Todo profissional do ramo sabe que o Rádio
também é uma cachaça”, afirma nosso cantador. E para não abandonar esse 'vício bom', ele produz para várias emissoras de Rádio no período junino o 'Programa Pisada Forrozeira', onde mostra com mais detalhes o seu trabalho
e de outros cantores, buscando divulgar nossa cultura e preservar a boa música.

Como forrozeiro, Edigar ampliou sua fama pelos quatro cantos da Bahia e parte do Nordeste. Fortaleceu o forró legítimo e o forró gonzagueiro, que tem na vida e na língua do sertanejo nordestino a sua principal fonte de inspiração. Edigar Mão Branca traçou o caminho entre a poesia cantada com voz e violão e aquela feita com triângulo, sanfona e zabumba.

O moço de Macarani começa a garimpar o mineral bruto da fonte popular, lapida-o com o seu talento, extraindo a essência, e, por fim devolve-o em diamantinas canções, desponta o seu 1º CD de puro forró “De São João a São Pedro”. Com a esperança de novas visões, ele esboça um futuro grandioso. E esse Edigar daqui bem de perto de nós prepara-se para ir longe e vai sem dúvida.

Ao longo dos anos, conquistou um público fiel e solidário, que compra seus trabalhos desprovidos do chamariz mercadológico. Nobre porta voz da cultura da sua gente, aquinhoada pelo Criador com dote peculiar, ele nos encanta
com o seu 2º CD “Fusaca”, onde se mostra mais absorvido em realizar um trabalho autêntico e de bom gosto do que simplesmente vender disco.

Poeta de mão cheia, caboclo dotado uma apreciável inspiração, Mão Branca consegue fazer de sua música um veículo de exteriorização dos sentimentos que dormem latentes nos recônditos de cada um de nós.

Em sintonia e com clima de festa, é lançado o CD “Meninos” composto de 12 canções selecionadas com critério. Neste trabalho Edigar convida para sua festa um maior número de amigos, colocando sob sua voz, em mais da metade
do disco, a lavra de outros nomes da música, a exemplo do goiano-tocantinense Juraildes da Cruz, que oferta a canção que titulariza o CD, também obras como “Guardadim” do goiano (Pádua), “Festejo de Beija-Flores” (Anchieta Dali), “Brasas” (Miguel Marcondes/ Luís Homero), “Acalanto de Um Cantador” (Rubinho do Vale/Weslei Pioest), “Tatuzinha” (Abdias Campos), “Quando a Chuva Cai” (José Candido/Enock Figueiredo), a excelente parceria com Clayton, Marcelo e Reginaldo Belo na obra “Coisa Bonita”. Ente outras traduzidas em versos autorais como “Futuqueiro”, “Xote Luar”, “Festeiro”, Mão Branca apresenta aqui Sina Vaqueira, um retrato do cotidiano de muitos filhos do nordeste, que desde menino aprendem a labutar com gado, tendo, ele mesmo, sido um desses, trazendo até hoje, em seu próprio corpo, a marca da sua lida vaqueira. “... Me considero feliz/Sou vaqueiro da poeira...”.

As entrevistas, opiniões e depoimentos de Edigar Mão Branca trazem sempre uma pitada de ironia para com a política cultural de nosso país. Artista independente, não se importa em desfilar suas idéias e o faz com a certeza de um artista que toca sua obra com verdade e sabedoria.

Edigar Mão Branca, quem o conhece sabe, é realmente independente. Nada que o prenda lhe faz bem, o seu único compromisso é com a arte e o seu público, e se não fosse assim ele não seria Edigar Mão Branca, pois é a sua liberdade que o permite captar a essência da terra para colocar em suas composições.

Ser poeta, músico, compositor, intérprete, empresário e corredor de boi, não exclui em nenhum momento o pensamento social e político. Edigar Mão Branca antes de qualquer coisa é um pensador, interessado no bem estar do
povo e na divulgação e valorização da música e do músico. Edigar Mão Branca se destaca não só por sua obra musical e cultural mesmo porque tendo uma obra desse tamanho não precisaria de mais nada, no entanto ele se incomoda
com a situação, quer mudar, quer melhorar, emite opinião e defende as boas causas lidando sempre com a verdade.

"A questão do Brasil não é econômica, e sim cultural".

"A nossa televisão, faz uma mistura cultural danada na cabeça do povo. A gente vê baiano tomando chimarrão, gaúcho comendo acarajé e passa a achar normal. O poder da televisão faz o brasileiro trocar água de coco por coca-cola"

"O povo, se tiver alguma parcela de culpa, vem em terceiro lugar, depois da política e do mau uso dos meios de comunicação. O povo só cultua o que põem na cabeça dele de dia e de noite. Não sou radical com o povo, porque sei que ele às vezes finge que gosta do que vê, mas no íntimo sabe o que é bom" Esse é o pensamento de Edigar Mão Branca.

"O artista que não cria o alicerce de sua obra, acaba como um prédio do Sérgio Naia".

"Dizer que o forró está fazendo sucesso não é correto. Dizer também que o forró é um ritmo simples é outro engano. Prova disso, é um percussionista como Carlinhos Brown solicitar ajuda ao Ferretti, quando o assunto é zabumba. Se o veículo de comunicação fizer mais comentários favoráveis ao bom forrozeiro e sua musicalidade, se houverem mais jornalistas que saibam dizer o que é um bacalhau de zabumba e um forró de oito baixos, aí sim a mídia estaria ajudando a mudar o quadro que atualmente se vê por aí. É um absurdo um animador, num horário nobre da televisão, apresentar qualquer tecladista como Rei do Forró"

Assim é Edigar Mão Branca um inquieto questionador das posições impostas, rebelando-se contra tudo que não é naturalmente legítimo. No seu caso a poeira dos pés é que se transforma em canção. Ser artista não é ficar olhando
e cantando, é viver e cantar, cantar o que vive, viver o que canta.

Verdadeiro ídolo do forró nos sertões da Bahia, Mão Branca é um daqueles cabras autênticos, convictos e incorruptíveis que não estão dispostos a desgrudar de suas raízes por nada. Está aí para chutar o balde e disparar
sua metralhadora giratória onde quer que detecte sinais de armação, oportunismo e deturpação.


Edigar Mão Branca é um dos maiores compositores brasileiros e com certeza é o maior forrozeiro do Brasil atualmente. Muitos já houve que marcaram época, assinaram seu nome na história, agora é a vez de Edigar Mão Branca escrever nesse livro uma vida inteira, intensa, a serviço da música e da inspiração. Ele não só faz a música como luta por ela, igual a quando derruba boi que na faixa. Aliás, para quem não sabe Edigar Mão Branca é corredor de boi nas vaquejadas, muitas vezes campeão.

Edigar Mão Branca, segue o caminho do forró autêntico, já teve mestres e os tem até hoje: Luís Gonzaga, Jacson do Pandeiro, Dominguinhos, e outros, porém o mestre agora é ele mesmo.

Edigar Mão Branca tem a sua vivência própria
da musicalidade, ninguém é igual a ele e ele não é igual a

ninguém. Nosso cantador é único, só ele consegue cantar a vida e a tradição cultural do seu povo desse jeito autêntico e legitimo, profundo e verdadeiro. Sua fama está crescendo em todo país. Já participou de programas de televisão como Som Brasil, Empório Brasileiro, Programa do Ratinho, Encontro com os Artistas, Arrumação da TVE de Minas Gerais com Saulo Laranjeira, Som Brasil da Tv Globo com Lima Duarte e outros regionais, mas o mais importante na divulgação de Edigar Mão Branca não é a mídia e sim a sua inspiração crescente.
A cada ano novas músicas, novos sucessos, a sua arte está cada vez maior, tem que alçar vôo, conquistar o seu espaço, marcar presença definitiva no cenário artístico do país.
Mão Branca traz consigo a sabedoria divina, na forma de sentir a vida e na maneira de interpretá-la, essa é a sua a ferramenta, saber ver, saber viver a vida, é uma quitessência da percepção, isso é a arte de Edigar Mão Branca.

A inspiração precisa ser trabalhada, exposta, posta em prática e Edigar Mão Branca faz isso todo dia, todas as semanas, todos os meses, a vida toda.

Suas composições foram regravadas por vários artistas, Amelinha, Biafra, Banda Domínio, Robério e seus Teclados, França e Forrozão Karapebba, Trio Jerimum, Camponês, Flávio José, Banda Metrópole, Francis Lopes, Anchieta Dalí, Evandro Correia, Ito Moreno, Rege de Anagé, Juá da Bahia, Musical D'Lyra, Naelson e Naiara, Ladja Betânia, Inaldo e Mariano, Carlos Pitta, Gury Diniz, Banda Massicas, Pedro Carvalho, Irah Caldeira, Reginaldo Bello, Onildo Barbosa, Adelmário Coelho e outros

As obras "Povo de Gado", "Gabiraba", "Noite de Festa", "Quando Deus Quer é Assim", Nem Vem Que Não Tem, foram incluídas no CD Forró da Lua, um trabalho realizado pela rede Bahia em parceria com a Perto da Selva, onde foi selecionado o melhor do forró. A música Malandra foi escolhida para fazer parte do CD Forró da BAND.

É importante relatar que suas canções, agradáveis aos ouvidos, seduzem crianças, jovens, adultos e idosos, atestando que Mão Branca é excelente compositor e cantor e já possue uma grande legião de admiradores pelo Brasil afora.

Sua primeira experiência com gravadora foi muito válida. Na Velas, ele teve a oportunidade de lançar seu disco "Imbruiada" e relançar o "Estradante".

Sua música faz eco à vida, ás dificuldades, à luta, às alegrias e aos amores do povo do sertão e possui um acentuado lado político.

Em ‘Imbruiada”, este lado aparece com força na música “Recado ao Presidente”, de Edigar e Anchieta Dali, em que o cantor critica a atitude de FHC de enviar cestas básicas para tentar resolver o problema da seca no sertão. E manda
um recado: “ Se o senhor tiver aí uma chuva boa/ Ou um bom riacho que sirva pra irrigação/ Vá logo, mande já pelo correio/ Endereçado aqui pra nossa região”

Outra canção de alto teor político é “O Meu País” de Orlando Tejo, Livardo Alves e Gilvan Chaves, uma música quase épica em que os autores registram sua indignação com toda a sorte de injustiças que maculam a imagem nacional,
como a fome, a miséria, o descaso com a saúde e a educação, a impunidade, a corrupção e o desmatamento. Uma verdadeira obra-prima do protesto.

Outra faixa de destaque em “Imbruiada” é “Bibia”, de Louro Branco, na qual Edigar Mão Branca declama à moda dos trovadores, e acompanhado somente de uma viola, a história de um cabra que perdeu sua companheira par outro homem. “No Deserto do Meu Peito” toca fundo no lado sentimental. Mas Mão Branca canta também a alegria em temas como a vaquejada (“Rabo do Boi”), o reisado (“Reisado a São José”) e o amor (“Benza Deus”).

Já “Estradante” é um disco mais festivo, mas nem por isso menos sério, onde cabe a irreverência de “Severina Cooper (It’s Not Mole Não)”, de Accioly Neto, que ironiza o visual produzido e a vida glamourosa dos roqueiros. E tem também um punhado de forró de alto nível, como “Coisa Gostosa”, “Lua, sol e Forró”, “Raparigando”, “Festa de Argolinha“, “Gabiraba” e “Igaporã”. A alegria no arraia está garantida com o forró autêntico e de qualidade acima de qualquer suspeita de Edigar Mão Branca. Mas o cantador abre espaço também para o lado mais introspectivo na autobiografia “Estradante”, onde desabafa expressando verdades sobre a condição dos artistas do sertão no mundo atual: “É duro seu Zé/ Eu tô que nem pinto no ovo/ Cantando moda prum povo/ Que não desgruda o zói da televisão”.

Com Edigar Mão Branca a verdadeira música do sertão está preservada em sua integridade e autenticidade.

Sobre esse lançamento o Jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza, escreveu o seguinte comentário:

Edigar Mão Branca compareceu no mercado fonográfico com dois lançamentos da Gravadora Velas: “Estradante” e “Imbruiada” distribuídos pela Universal Music. O primeiro abre com o samba-reggae “Coisa Gostosa”, passa pelos forrós propriamente ditos em “Povo de Gado” e “Sem Ela”, a malícia velada de “Raparigando” , chega as festas juninas em “Lua, Sol e Forró”, “Festa de Argolinha”, e “Igaporã” e traz uma versão forrozeira para “Severina Cooper” (It's Not Mole Não) de Accioly Neto. Enquanto a faixa título tem levada de toada sertaneja.

Já “Imbruiada” começa com o lamento de “No deserto do meu peito”, passa pelo apocalíptico “Forró do Fim do Mundo” que tem versos que diz: “Devoto das profecias eu sou/Disse o profeta/De dois mil não passará/Tá todo mundo esperando o resultado/E se na hora nada disso aqui mudar?” e fecha com o “causo”


“Mui Amigos”. Tem também o forró-congado de “Reisado a São José” e a crítica social em ritmo de São João aparece em “O meu país” que mostra versos contundentes como: “Um país que crianças elimina / Que não ouve o clamor dos esquecidos/Onde nunca os humildes são ouvidos/E uma elite sem Deus é quem domina/Que permite um estupro em cada esquina”, resvalar no xote de “Recado ao Presidente”. As músicas e letras de Edigar Mão Branca provam que não é preciso se ater apenas às canções de duplo sentido ou pífias versões de sucessos internacionais para se fazer um forró competente "Quando Deus Quer, É Assim", é um disco que agrada a gregos e troianos. Lançado independente em 2000 e relançado pela SOMZOOM a nível nacional em 2001, contém quatorze obras, algumas já conhecidas como "Rabo de Boi", "Sãojoãozando Pela Bahia", "Raparigando", No Deserto do Meu Peito e Gabiraba. Edigar Mão Branca é prolixo na inspiração. Canções inéditas não poderiam faltar. Toneladas de alegria é o que representam: Noite de Festa", “Tô Ficando Velho", Nóis é Jeca, Mais é Jóia" do compositor Juraildes da Cruz e a paixão por estar sempre na estrada "Apaixonado Por Rodeio".

Dono de uma louvável inspiração, ele canta "Quando Deus Quer, é Assim", canção que empresta seu título ao CD, a bela obra exterioriza a face espiritualizada do artista, revelando um homem contemplador do belo, admirador do divino
espetáculo da criação e consciente da sublimidade do seu Criador.

“O Pirateiro É Gente Boa”, na boa companhia de diversas canções já com lugar conquistado no gosto popular, o artista traz à luz uma música, no mínimo, ousada. De tão ousada, chegou a dar título a próprio CD. Aqui, Edigar Mão Branca fala o que muitos colegas seus sentem, mas não se arriscam a dizer. Enquanto diversos deles se revezam frente a câmeras e microfones fazendo coro contra a chamada pirataria de CD’s, Edigar coloca em pauta a participação das gravadoras nos frutos do trabalho dos artífices da música, alertando quanto a vampirização exercida por algumas delas, tão ou mais maléfica que a ação do ditos pirateiros. A segunda estrofe da canção é endereçada às autoridades que se propõem a combater tal pirataria, convidando-as a redirecionar suas “armas” na busca do “verdadeiro culpado”, aquele que, incólume, disponibiliza o instrumental necessário à banalizada reprodução da obra fonográfica.

Edigar Mão Branca está sempre em atividade, nunca deixa de gravar jóias da sua inspiração privilegiada, matando assim a sede de todos que apreciam um bom forró. Devoto incansável da folia, nosso forrozeiro

maior lança em clima de muito forró o CD – “Farejador de Festa”, em que ele assina 11 das 15 músicas gravadas. O impressionante nesse autêntico cantador é a coerência na escolha do seu repertório. Ouvi-lo é certeza de que a boa música continua falando alto na alma daqueles que sabem apreciá-la. Canções como "Inchando o Beré", "Xote Fuleiro" e "Cheiro de Sanfona" incendeiam o público.

Romantismo, num misto de amor e saudade, pode ser conferido nas músicas: "Quem Não Chora Não Ama", "Enganando a Saudade" e "Beija-flor". "Nem Vem Que Não Tem" vai à contramão das músicas de dor-de-cotovelo. Ao ironizar o amor à primeira vista, ele canta: "Esse papo de morrer de amor é coisa de revista". Em "Canção da Terra" Mão Branca demonstra e confirma a sua veia poética e sua preocupação em cuidar da terra (Nascemos terra e, então,
o mundo é terra, a morte é terra. Se o mundo é terra, então... salvar a terra!).

Nesta penúltima safra, vale também ressaltar a visita a canções de destaque, não só do mundo do forró, a exemplo de Paulo “Afonso” de Luís Gonzaga e Zé Dantas, mas também, frutos de semeadores de outras “terras” como a gravação
de “Tente Outra Vez”, música de forte conteúdo, creditada a Raul Seixas, Paulo Coelho e Marcelo Mota. Com estilo próprio o forrozeiro da gente comanda o autêntico forró brasileiro cantando: "Estradar" de Anchieta Dally; "O
Tropeiro" de A. Pires e J. Ramos.

Uma adaptação primorosa é a música "Lavadeira" que já caiu no gosto popular.

A origem caipira, as prosas e causos com vaqueiros têm resultado em algumas composições, como "Valeu Boi" mais uma homenagem do nosso forrozeiro a essa gente de valor.

"Farejador de Festa" não é apenas um título para o CD. Mão Branca é mesmo este incansável artista que percorre estradas do nosso Brasil fazendo da alegria sua bandeira de luta. "Falou 'é festa' eu sempre chego lá". "E ainda
bem que todo ano vai ter São João".

Éle é mais que Farejador de Festa é um Fabricador de Folia.

“Edigar Canta Zezé Di Camargo e Luciano”, neste CD, o forrozeiro viaja no território da dupla sertaneja mais conhecida na atualidade, levando na bagagem canções como “Meu País”, “Menino Cantador”, “Pior é Te Perder” e diversos outros sucessos. Esta investida de Mão Branca, buscando em outras fontes águas igualmente cristalinas, revela o seu olhar despido de preconceito e consciente da verdade de que, seja no terreno do Rock, do Forró, do Samba ou de qualquer outro estilo musical, há sempre aqueles que cultivam a boa semente e colhem frutos de qualidade.

“Coletânea 15 Anos de Forró”, Disco duplo com nítida cara de comemoração, reunindo 42 canções das tantas germinadas em 15 anos de saga gonzagueira, sempre marcados pelo cumprimento dos compromissos assumidos, pelo respeito ao público, pela dedicação ao trabalho, pelo cultivo das muitas amizades proporcionadas pelo seu cantar e pela incansável busca em enriquecer o legado nordestino à cultura brasileira.

Em 2004, Edigar Mão Branca, esse autêntico cantador baiano, que vem se destacando no cenário musical com o seu talento cantando, interpretando, compondo e tocando, lançou a obra prima Forró de Cabra Macho.

O transitar de Edigar Mão Branca pelas paisagens do amor não é novidade em sua obra artística. O CD “Forró de Cabra Macho”, no entanto, talvez seja o seu disco de maior conteúdo sentimental. Esta nota permeia canções como
“Paixão Junina”, “Malandra”, “Decá Um Cheiro” grande parceria com o poeta Maciel Mello, “Sede Dela”, até mesmo a alegre “Cachorro Sem Dono” e principalmente “Carência e Paixão” e “Um Minuto Sem Você Parece Um Ano”. Esta última demonstra reunir todas as condições para capitanear a face romântica do forrozeiro, uma miscigenação de amor e saudade.


O Cd contém 15 composições do mais auto gabarito, apenas duas não são composições próprias: “Foliando” de Álisson Menezes e Despedida ao Povo Festeiro de Daí Ferraz.

lançado pela Gravadora Atração, Edigar nos traz um disco embalado de xote, baião, arrata-pé e forró de vaquejada (“Cavalo Mankó”) e (“O Couro Come”) uma das suas marcas.

Forró legítimo, sentimento puro da verdade de um povo, curiosidade artística na faixa Bufa de Anum, a raiz da sonoridade do Brasil confirmadas no “Forró Peso Pesado” e “Baticum”.

A irreverência teve o seu lugar assegurado em “Nem Tudo Que Mia É Gato”, uma bem humorada canção em que Mão Branca brinca com a excessiva e estressante preocupação com a

aparência física, que lança muita gente numa desesperada corrida às academias, que faz lotar clínicas de estética, numa busca ansiosa pelo padrão de beleza ditado pela tela da Tv e pelas páginas das revistas.
CD cuja direção artística e arranjos levam a assinatura do forrozeiro mescla sanfona, zabumba, triângulo e agogô, que se somam ao baixo, teclados,

guitarra, flauta e violão para reverenciar o nosso santo festeiro. A sua popularidade no interior baiano e em outros estados a cada ano o surpreende.”Apesar de o meu disco ter saído tarde, estou com todos os finais de semana, até julho, pautados, comemora”.

Edigar Mão Branca é isso aí, um rio de poesia, uma cachoeira de inspiração, um exagero de criatividade.

Em todos os seus shows e discos, Mão branca faz questão de incluir músicas do campo folclórico e regional "Ciganinha" de Silveira e Barrinha, "Meus Canarinhos" de Pedro Sertanejo e Zenilton, "Reizado à São José" de Raimundo Monte Santo, "Mocinhas da Cidade" de Nho Belarmino, "Zé Baio" (adapt. de Edigar Mão Branca) e "Gabiraba", que se tornou marca registrada do cantor.

Quem já assistiu um show de Mão Branca, percebe o cuidado que tem em selecionar seu repertório diversificado, onde o público é a estrela de cada espetáculo. Suas músicas tomam força, ganhando assim adeptos ao estilo contagiante que é o forró.

"É preciso que todo artista, antes que suba ao palco, ganhe consciência da finalidade de sua vinda ao mundo", que a seu ver é elevar as pessoas espiritualmente, conduzindo-as para o lado bom da vida.

Mão Branca se orgulha muito das pessoas que compôe seu grupo (Banda Foguete). Uma das formas de selecionar seus músicos não é apenas pela capacidade musical e sim a simplicidade, a consciência de cada um para com o trabalho e a pontualidade (para ele uma espécie de devoção).

Seu excelente e original trabalho, desde o inicio reflete a pertinência em relatar a realidade do povo do sertão, identidade única que ele mostra com toda sutileza em suas palavras traduzidas em cantos e encantos. Isto é uma soma de simplicidade, autenticidade, talento e coragem na árdua caminhada que os bons acabam sempre tendo que trilhar.

O Brasil canta e dança o forró de verdade. Edigar Mão Branca no disco e no palco, é um forró de respeito, um respeito ao forró.

Este é um pequeno retrato de Edigar Mão Branca, um artista brotado no solo fértil da música nordestina, regada ao adubo da seiva nobre dos saudosos Luís Gonzaga, Jackson do Pandeiro, de Jacinto silva o rei do sincopado e de muitas outras árvores frutíferas nascidas neste rico pedaço de Brasil.

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