Água fresca, manhã, água nova que vem Da nascente gelada de um morro de além Bem-te-vi vem beber, acauã, azulão A moringa já cheia respinga na mão Pichochó, gavião, urutu, fruta-pão Contemplar do riacho, a vida assim segue, acaba não, Segue... E juiz nesta senda serena, então quem será? A julgar, caçador e vilão, quem poderá? Vem o Homem se adorna com as cores das peles, das penas Em gaiolas se adona do canto, algoz sem pesar Cria lamas, impõe venenos demais Resíduos calando atobás Solução pra viver na mãe Terra, me diz, qual que será? Lucidez, dividir, não sujar, sensatez, respeitar... Falta mais, mais o quê, escolher no céu, pro futuro, outra casa Na via láctea? Que tolice, insensata, pois irá procurar Um lugar pra beber água fresca e ouvir sabiá...