Esperança
Composição: Galvão/Carlucho.
Quando o primeiro frio se aproximava
ela me deu um cobertor e disse
que viria me aquecer.
Eu fiquei esperando,
mas o primeiro frio chegou
e ela não veio.
E estava por vir o segundo frio
quando ela ligou pedindo para esperá-la.
Botei lenha na lareira
e aqueci chocolate,
mas o cheiro de saudade que pairava no ar
me fez entender que ela não viria.
No frio daquele ano, o terceiro,
eu pedi que ela viesse.
Prometeu que sim.
Comprei vinho do bom e discos de jazz.,
mas, mais uma vez, ela se fez ausente.
Quando o inverno do quarto ano chegou
não nos falamos.
Uma réstia de esperança
botou-me frente à janela
espiando o horizonte
pensando que, talvez, ela
pudesse me fazer uma surpresa.
Mas nada aconteceu.
Agora o quinto frio se prenuncia.
Vez em quando olho pro cobertor
que ela me deu e,com uma certa apreensão,
espio a esperança pela fresta da janela...