Não Enxergo Nada
Composição: Edmilson Marques e Nildo Viana.Um dia acordei sem enxergar
Dia e noite se confundiram
As coisas não se discerniram
Anoiteceu o meu pensar
Não enxergando nada
Não sei se entro ou saio
Ensaio da cegueira
Ou cegueira do ensaio
Olhando o meu passado
Vi o quanto estava errado
Cego para o amor e a dor
De quem estava ao meu lado
Não enxergando nada
Não sei se entro ou saio
Ensaio da cegueira
Ou cegueira do ensaio
Tentei descobrir através de outro sentido
Tentei usar a audição ou o tato
Veio a confissão como um recado
Eu sou um ser coisificado!
Não enxergando nada
Não sei se entro ou saio
Ensaio da cegueira
Ou cegueira do ensaio
Não vejo seres humanos,
Não vejo pessoas!
Apenas sinto coisas
Só vejo objetos inumanos
Não enxergando nada
Não sei se entro ou saio
Ensaio da cegueira
Ou cegueira do ensaio
O olho funciona perfeitamente
Mas a percepção é fragmentária
Vejo cadeiras vivas em minha frente
E só sinto coisas isoladas!
Não enxergando nada
Não sei se entro ou saio
Ensaio da cegueira
Ou cegueira do ensaio
Não enxerguei minha insensibilidade
Não ouvi os outros falarem da minha indiferença
Não senti o nojo da propriedade
Não cheirei as pessoas para saber de sua ausência
Não enxergando nada
Não sei se entro ou saio
Ensaio da cegueira
Ou cegueira do ensaio
O que os olhos não vêem o coração não sente
O que o coração não sente os olhos não vêem
Ser humano hoje é um extraordinário presente
As coisas ganham vida própria e provocam a cegueira da mente