Eduardo Freda tem em sua poesia as coisas de sua região e na musicalidade uma antena conectada ao mundo. Mistura suas raízes com world music, samba, jazz, música eletrônica, tambores africanos, árabes, afrobrasileiros e com o Sopapo, autêntico tambor do Rio Grande do Sul e patrimônio cultural do estado, peça importante no Carnaval de Pelotas nas décadas de 60, 70 e 80, que por suas dimensões e som grave, confere sonoridade própria ao samba gaúcho.

A influência de Eduardo Freda vem dos barracões das escolas de samba, das batucadas improvisadas nas esquinas do Bairro Ambrósio Perret, na periferia de Pelotas, situado próximo ao arroio Pelotas, manancial de água que inunda sua música de sentimentos, personagens, Santos e Orixás, poesia negra e musicalidade à flor-da-pele. O mesmo arroio foi o caminho para que, durante mais de um século, escravos do Brasil e África adentrassem e saíssem, por esta rota do charque na cidade de Pelotas. Eduardo Freda é um artista mensageiro entre dois tempos.