- O Cordelista50 plays
- Não Vai Calar O Amor23 plays
- Todo Cearense Fala Cantando36 plays
- Perainda77 plays
- Eu Sou O Sol61 plays
- Calango Eletrônico93.623 plays
- O Mar Acatou34 plays
- Fogo do Sertão12.321 plays
- Ver Viajar7.521 plays
- Maracatunaíma5.408 plays
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Banda Eletrocactus faz resgate da música cearense
Com os instrumentos tradicionais do rock, a banda (que ensaia no convés de um navio) reproduz sons característicos da música regional
Existe uma música verdadeiramente cearense? Este é o questionamento latente em cada acorde entoado pelos músicos da banda Eletrocactus, cujas canções trilham caminhos em busca de uma música cearense que dialogue amistosamente com as mais díspares tendências da música regional, brasileira e mundial.
Maracatu, a meta-música do Ceará
Em meio à polifonia oriunda da mescla entre a música regional e a universal, a banda Eletrocactus elegeu o maracatu cearense como estandarte de sua proposta sonora. Ritmo de batidas fortes e arrastadas, o maracatu cearense diferencia-se dos tipos de maracatu encontrados em outros estados nordestinos e em Portugal por expressar a tristeza dos escravos, servindo como canal de efusão dos sentimentos de um povo, ao invés de figurar como entretenimento ou fuga de uma dor.
Para a banda Eletrocactus, bradar o maracatu aos quatro-cantos é fazer girar as engrenagens do processo de conscientização da juventude local sobre a verdadeira música cearense, conduzir os jovens às suas origens e incentivá-los a cantar com sua própria voz. Música cearense, sentimento cearense... O maracatu está para o Ceará, assim como está o frevo para Pernambuco, ou o jazz para New Orleans. O maracatu cearense é a meta-música local: ao cantar o Ceará, fala de si mesma.
Viola com overdrive
Contudo, o maracatu não se posta como um limite para a produção musical da Eletrocactus. O caminho rítmico seguido pela banda é o da hibridização de estilos, a partir da fusão de elementos harmônico-melódicos da música universal (rock, blues e jazz) com as bases sonoras da música nordestina. Maracatu, baião e frevo na estrutura rítmica; embolada, repente e cantoria na construção poética e execuções vocais... É desta forma que a música regional incorpora-se ao som da Eletrocactus, cuja substância humana é formada por Roberto César com a voz, Gledson Rocha à guitarra, Gleucimar Rocha ao violão, Wesdley Vasconcelos ao contrabaixo e Mauricélio à bateria.
Um show antes de a banda existir...
O que vem primeiro, uma banda ou sua apresentação? No caso da Eletrocactus, a resposta não é a mais óbvia. Ao saber da iniciativa dos irmãos Gledson e Gleucimar em unir a música cearense a outros estilos (ou vice-versa), o diretor de um espaço cultural de Fortaleza prontamente agendou um show dos músicos com a sua “banda”, que, por sinal, ainda não existia. Neste dia, foi plantada a semente que mais tarde viria manifestar-se como a Eletrocactus.
Do projeto à ação
Desde então, passaram-se dois anos. No começo, os músicos reuniam-se para fazer suas experimentações sonoras sob o nome de Projeto Cactus. O projeto amadureceu e quis sair do papel. Hoje, emancipada de suas próprias amarras, a banda Eletrocactus continua com a convicção de que a música está sempre em transformação e é sempre esboço, nunca arte-final.
Ensaios no convés de um navio
Atualmente, por falta de um local mais adequado, a banda Eletrocactus realiza seus ensaios no convés de um navio. A explicação para o fato é que o Seu Gleuçon, oficial aposentado da Marinha e pai dos músicos Gledson e Gleucimar, construiu sua casa de modo a fazer alusão a um navio mercante. “Ele foi transformando a casa aos poucos. Hoje a gente mora num navio”, revela Gleucimar.
Ensaiando num navio, fruto das fantasias de um homem, a banda Eletrocactus vai construindo as suas próprias, seja por meio de um som que busca a universalidade por meio do entrelaçar de elementos, seja por letras carregadas de reflexões pseudofilosóficas que traduzem tanto o universo interior dos músicos como o mundo que eles têm à sua volta. E a Eletrocactus vai navegando em busca do desconhecido...