Por Trás Da Minha Pele (Feat. Rafael Santos)
Composição: Pedro Farinazzo; Rafael Santos.Por Trás da Minha Pele
(Rafael Santos)
Vou te contar uma história
Que mata meu povo por dentro e por fora
Que nos deixa sem alma, sem fé e sem glória
De gente que nos trata como escória
Cadê minha vitória?
Todo dia eu saio do gueto e a policia vem me revistar
Eles abrem a minha mochila e perguntam se eu vou trabalhar
Eles mexem até no meu cabelo e minha mão querem cheirar
As vezes eles me liberam mas sempre querem me segurar
Eu sou um homem de pele preta, oprimido no meu dia-a-dia
Não dá pra contar nos meus dedos quantas vezes eu sofro por dia
Gente branca quando me vê passando esconde até o celular
Não é porque minha pele é preta que eu quero te assaltar
A minha pele é preta e eu sou perseguido no meu dia a dia
Quantas vezes um dos meus foram mortos a tiros só "por acidente"?
Você não sabe o que há atrás da minha pele por isso me julga
Vive pisando na minha cabeça sem saber se isso machuca
Refrão
É fácil zombar, quando o alvo não é você
Difícil é enxergar que eu não sou livre como você
É fácil dizer que não há nada a temer
E só vai perceber se um dia tua pele escurecer.
A policia não trata os negros e os brancos da mesma maneira
As empresas não tratam os negros e os brancos da mesma maneira
A mídia não trata os negros e os brancos da mesma maneira
A industria não trata os negros e os brancos da mesma maneira
Então não me venha com esse discurso de que somos todos iguais
Não entende que a nossa vida é corrida e vocês tão dez passos à frente?
O meu caminho ta cheio de espinho enquanto o seu está fácil demais
Você vai ter que entender que nós dois vivemos em condições muito diferentes!
A minha pele é preta e eu sou perseguido no meu dia a dia
Quantas vezes um dos meus foram mortos a tiros só "por acidente"?
Você não sabe o que há atrás da minha pele por isso me julga
Vive pisando na minha cabeça sem saber se isso machuca
Repete-Refrão
A divida não ta paga quando vejo o branco tomando minha vaga
Não vem me enganar com essa mão que afaga
Se eu bobear me enfiam a faca.
Eu não quero pisar em ninguém nessa vida eu só quero de volta o que é meu
O estado querendo que eu mate na pista alguém que é mais preto que eu
E não há nada que eu faça, eles querem meu povo atrás das grades
Eles querem genocídio da minha raça, eles querem me ver na marginalidade
E o estado é platéia
Eles querem me assistir na miséria, querem matar meu povo na favela
Querem que eu fique entre quatro velas, porque essa vida é uma aquarela
E nessa aquarela a cor preta é sempre a que descartam,
É sempre a que ignoram, sempre a que deixam de lado
A cor preta da aquarela é o meu povo.