euBraga

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Cidade/EstadoRio de Janeiro / RJ
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Sonhos

Composição: euBraga, Deryck Cabrera.
Não, não! Não é pra ficar impressionado Eu sei que o que fiz saindo da favela é raro Mas a história só é bonita pra quem chegou agora Quem tava do meu lado sabe o preço de cada vitória Acham incrível tanta disposição É que pra mim sempre soou foi como falta de opção Ver de perto aqueles que cresceram ao meu lado Afogando a própria alma no sangue que é derramado Em uma causa vã, seguem o caminho torto E eles julgam sem perdão, “bandido bom só se for morto” É um abismo que aumenta entre vocês e nós Enquanto apontam o dedo podre julgando-se bem melhores Tanta perda sem sentido, veio a sensação De que o caminho com certeza é pela outra direção Que eles insistem em discursar que é tudo a mesma coisa Se é mimimi então, faz melhor aqui ou contra outra! Seguimos em busca dos nossos sonhos A estrada é árdua, mas tem que ser assim Parece até que a gente já nasceu lutando E se precisar vai ser assim até o fim Seguimos em busca dos nossos sonhos A estrada é árdua, mas tem que ser assim Parece até que a gente já nasceu lutando E se precisar vai ser assim até o fim Então busquei respostas onde não havia Cruzei desertos mas em vão porque eu não sabia Que cada escolha minha errada era levado Pra um caminho sem volta pra terra dos derrotados Acordei a tempo, tocava alto o despertador Ouvindo RAP de mensagem que os manos da antiga ensinou Não adianta lamentar passado E não querer mudar também te faz derrotado Tristeza não tem fim, já dizia o bom samba Então melhor se acostumar com a vida em corda-bamba E cada passo dado, tenho que ter certeza Porque pisar errado pode me custar a cabeça E eles tão à espreita, aguardando um deslize Ser preto e favelado já vem com um selo: atire E atire aqui a primeira pedra Quem nunca mudou a calçada, com medo do tom da pele Seguimos em busca dos nossos sonhos A estrada é árdua, mas tem que ser assim Parece até que a gente já nasceu lutando E se precisar vai ser assim até o fim Seguimos em busca dos nossos sonhos A estrada é árdua, mas tem que ser assim Parece até que a gente já nasceu lutando E se precisar vai ser assim até o fim Acorrentado, açoitado, julgado, sem clemência Escravizados, levados, privados da própria existência Na insistência até fizeram acreditar Que com a redenção vinda de um branco, algo ia mudar As correntes que um dia prenderam pés e mãos Seguem acorrentando os sonhos de cada irmão Poder de escolha? É claro, todo mundo tem Paris ou Roma, outros entre a fome e a Febem Muitos se assustam só com a ideia de favela Já nem me ofende mais tanta pobreza nela É como um shot de tequila com limão e sal E eu viro tudo como se não fizesse mal Vocês me olham e tiram como exemplo Mas sou exceção na regra que vocês mesmo inventam E é só contar quantos caíram do meu lado Se não tão perdidos, com certeza tão mal informados Seguimos em busca dos nossos sonhos A estrada é árdua, mas tem que ser assim Parece até que a gente já nasceu lutando E se precisar vai ser assim até o fim Seguimos em busca dos nossos sonhos A estrada é árdua, mas tem que ser assim Parece até que a gente já nasceu lutando E se precisar vai ser assim até o fim

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